12/22/2006

um post de Natal

3001! Abri este humilde bloguinho e o contador marcava 3001! Portanto a pessoa que cá veio imediatamente antes foi a 3000. Acuse-se, inúmero e incontável (neste caso, contável, pois!), para que possa entregar-lhe o prémio respectivo. Eh eh eh!

Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus inúmeros e incontáveis a gentileza com que se acotovelaram neste exíguo cantinho a fim de me darem os parabéns, assim como aos meus dois primorosos rebentos. Foi bom sentir o calor da blogosfera no meio deste frio polar e, apesar de se terem a modos que confundido com o aniversário do gaijito, a malta ficou contente. A todos, obrigada!

Às 04h17 desta madrugada fez um ano que a gaijita pecanininha se esgueirou cá para fora, toda enrodilhada em mais de noventa centímetros de cordão umbilical "anormalmente comprido e fino" nas palavras do meu querido médico que fortunadamente se encontrava de serviço naquela noite de solstício e fez a gentileza de aparecer à hora h no quarto onde eu fazia uma dilatação meteórica.
Quanto a mim, naquele momento, já perdera completamente a estribeiras e berrava que me dessem a epidural ou eu própria arrancaria "aquilo" (falo das duas cintas do CTG e seus respectivos rachtaparta de sensores). Ao que o meu querido doutor respondia com a sua fleuma quase britânica: "Oh minha querida, a estas horas vai ser difícil trazer um anestesista cá acima."
- Então dêem-me morfina!
- Mas isso está assim tão mal? Ainda agora foi observada e só tinha dois dedos...
- Doutor, eu já tive um filho antes. E digo-lhe que não tenho dois dedos. Talvez nem quatro...
- Deixe lá ver... Ah, pois é, isto já vai em sete, não, oito! Faça só um bocadinho de força…vai nascer! Sras enfermeiras, preparem já a maca e a sala de partos!
Poucos minutos depois, num ambiente tipo E.R., o médico perdia a sua proverbial fleuma para gritar que eu parasse imediatamente de fazer força enquanto berrava às três enfermeiras que lhe trouxessem sei lá o quê. O pânico era geral: a mini Calamity não tinha uma circular. Tinha três. E não era no pescoço: era no corpinho todo. Em boa hora o meu querido personal doctor resolvera passar lá pelo estaminé a ver se a Calamity estava a aguentar firme os supostos dois dedos de dilatação, entretanto promovidos a dilatação completa enquanto o diabo esfrega um olho, ocitocina oblige. Escusado será dizer que o bom do homem libertou a minha princesa em poucos segundos, ma colocou na barriga enquanto garantia que a mecinha era cá das rijas e logo a levaram, rachtaparta estes hospitais da treta que garantem ser amigos dos bebés e depois os deixam por três horas longe das mães ao mesmo tempo que garantem às ditas recém-paridas, doridas, expectantes e duvidosas - e traumatizadas na sequência de um susto do caraças! - que “está tudo bem, ela está só a aquecer um bocadinho”.
- Então por que não ma trazem, que ela aquece junto à mãe, que é onde deve estar?
- Descanse lá um bocadinho, que já a trazemos.
Pois. Sete da matina. Finalmente a princesa chega, toda encolhidita no seu body de hospital – que nem foram capazes de mandar pedir a roupa dela, enfim, adiante… - para a sua primeira mamada. Tudo corre bem. Vejo-a pela terceira vez, agora mais calmamente, eu própria mais consciente. E estranho-a, que estranho. Tanto quanto reconhecera o irmão, oito anos e nove dias antes, como se sempre o tivesse conhecido. Estranho-a a tal ponto que tenho medo de ter sido enganada e que algo se passe com ela. Algo de errado, de terrivelmente errado. Algo que me deixa tão angustiada que até tenho medo de o verbalizar. E quando o médico aparece para nos visitar, antes de sair de turno, pergunto-lhe, a medo:
- De certeza que está tudo bem com a minha filha, doutor?
- Claro que sim, é linda, a sua filha, mas porquê, o que é que a está a preocupar?
- Não sei, ela… tem cara de chinesa…
- Então e você, tem cara de quê?
Bom. Sendo assim… Claro que a miúda não tinha nada, eu é que tinha as hormonas aos tropeções, o cansaço e a emoção ao rubro e ela tinha nascido menos “acabada” que o mano. Mais amorratada, enxovalhada e vermelhusca. Ao passo que ele, o único recém-nascido que eu tivera anteriormente, lisinho, lindo, um bebé “feito”. Enfim, pancas de parturiente.

A Calamityzinha pecanininha está com um ano e lindona como o seu manãozão grandalhão bonitão que fez nove (oh, meu deus, como pode o filho ter nove anos?!!!!) há dias. Um dia destes contarei sobre o nascimento dele, se vier ao caso.

Tudo isto era só para dizer que ver crescer um filho é maravilhoso. Ver crescer dois é grandioso. E longe de querer transformar este estamine num babyblog, hoje apeteceu-me partilhar isto com os meus inúmeros e incontáveis. E agora vou ali e já venho.

Feliz Natal a todos! Oh oh oh!

12/14/2006

Serei retrógrada?

Este é mais prás meninas que prós meninos - desculpem lá, mas esta questão simplesmente não se pode colocar a um homem (a não ser, talvez, a um Zé Castelo Branco, but then, again...). Quando vou comprar um soutien (eh pá, não consigo escrever com aquela ortografia sutiã, chamem-me snob se quiserem, mas é mesmo assim), se espreitar para dentro da loja de lingerie e me aperceber que corro o risco de ser atendida por um homem, nem sequer entro. Se for um velho, então, é certinho que aquela loja fica riscada do mapa. Mas mesmo que fosse um gajo giro - coisa que, por acaso ou talvez não, nunca aconteceu até hoje - , não sei se me sentiria muito à vontade para lhe comprar roupa interior. E quem me conhece sabe que estou longe de ser aquilo que se chama um mecinha pudica. Agora, francamente, não me estou a ver a pedir um 34 copa C a um gajo ou a explicar-lhe que não pode ser aquele modelo em vez do outro porque não suporto armações nas minhas ricas costelas. Ou outros pormenores íntimos do género. Afinal, sempre há profissões que assentam melhor a um género do que a outro, contrariamente ao que eu própria, do alto da minha suposta atitude equalitária, sempre pensei e apregoei. E eu tenho para mim (yes! há anos que queria usar esta expressão - "tenho para mim" - e nunca tinha conseguido!) que uma loja de lingerie com empregados do género masculino está destinada a ter lucros inferiores a uma que só empregasse mulheres. Mas, daí, talvez seja retrógrada e esteja enganada. Meninas! Este é um apelo muito sério: debatam o assunto com serenidade, mas com verdade, por favor. Os meninos também se podem pronunciar, mas, atenção! Tudo dentro do maior respeito...

PS: Atenção, inúmeros e incontáveis modernaços que resolveram aderir ao beta blogger ou lá o que é: não consigo comentar-vos! É o que dá o rachtaparta das modernices. Impossível fazer loggin, mesmo depois de estar perfeitamente assinada e identificada nos resto dos blogs todos. Adorava retornar visitas e colocar algumas em dia, mas tornou-se perfeitamente impossível. A estes particularmente - já que aos outros posso ir dar uma beijoca "pessoalmente" - os meus votos de feliz natal e um próspero ano novo (é assim que se diz, não é?)