5/28/2007

A correr

Não, inúmeros e incontáveis, não adormeci sobre os louros. Estou à rasca de trabalho e há vários dias que não páro. Ana Paula, não pude ir dar-te um olá ao teu blog, já que é privado. As alvíssaras são tuas! Na próxima posta falarei sobre um assunto que me suscitaste. A todos, uma abraço e até jaaaaaazzzzzzz

5/24/2007

É desta, é desta!

Agora é que é. Estamos a chegar ao marco histórico das 5 mil visitas. Sim, (i)números e (in)contáveis, eu sei. O que é isso para vocêses, que afixam nos vossos egrégios contadores estatísticas que atingem as dezenas, quiçá, as centenas de milhar de visitas?! Ah, pois é!
Mas acontece, (i)números e (in)contáveis, que, para mim, se trata de um momento a assinalar, uma efeméride inenarrável, uma placa giratória que marca a entrada da vossa Calamity no elevador da glória, a chegada à longa escadaria que leva à fama e ao estrelato, o dealbar da imortalidade, enfim... O passo seguinte é a estrelita no passeio da fama. Mas estejam descansados, (i)números e (in)contáveis: a vossa Calamity é magnânima e leal. Ou seja, quando estiver à beira da minha piscina olímpica de água salgada em Beverly Hills, dignarei receber-vos desde que me sirvam caipirinhas com duas palhinhas e gelo picado - não esquecer este último pormenor. Ah, e o açúcar mascavado, claro. Prometo deixar-vos dar um mergulhinho para aferirem da temperatura da água...
Bom, delírios à parte, arroto esta humilde posta só para dizer que é desta: estamos a chegar ao marco histórico das 5000 visitas - cinco mil! - daí que, agora sim, dão-se alvíssaras ao portador do bilhetinho com o número certo. Portanto, (i)números e (in)contáveis, já sabem. É fazer filinha, ordeiramente, à porta deste estabelecimento, respeitando mulheres grávidas, idosos e acompanhantes de crianças de colo. Nada de empurrar quem chegou primeiro, que isto aqui é uma casa de boas tradições. E o último a entrar que feche a porta, sim?...

PS DO TAMANHO DAQUI ATÉ AO CÉU - E desculpa lá, Estrelinha do meu coração, não te dedicar uma posta, mas também ficas aqui bem, nesta posta que até já falava em ti sem saber da boa nova - Como dizia o meu adorado Chico na Grand Finale da maravilhosa Ópera do Malandro:
"Ai, meu deus do céu, me sinto tão fe-liz!!!!"

5/21/2007

Diz que é uma espécie de babyblog

Quase quase a fazer 17 meses, a Calamityzinha pecanininha está uma xuxu (ou será chuchu?). Louca pelo pai e pelos homens da família, passa dias inteiros a perguntar: "Mamã? A papá?".
Só quer comer sozinha e faz fitas se a tentam ajudar com a sopa (imaginam os meus inúmeros e incontáveis a javardice que faz às refeições...). Não me deixa vesti-la, despi-la ou mudar-lhe a fralda. Adora o Noddy (dadi), a Rua do Zoo e o Ruca. Trata dos seus bebés (babá), ralha com eles e fala sem parar. Quando a contrariam fica meia-hora a mandar vir no seu dialecto incompreensível. Mas diz distinctamente "sai daí", "dá aí" e sobretudo "não", monossílabo do qual é capaz de pronunciar todas as letras e o respectivo til com tal pormenor que se diria que já sabe ler e escrever!
Anteontem a gaijinha tirou-me completamente do sério. O mano levantou-a da cama de manhãzinha e levou-a para a sala. Ouvi-a palrar e fui lá oferecer-lhe uma bolacha para ela se entreter. Toda ufana e sem mesmo tirar a chucha da boca, vira-se para mim e exclama silabicamente: "Huuuummmm! Bo-la-chi-nha!!!

5/13/2007

A dor maior

Aquela que nenhuma mãe quer imaginar. Não me sai da cabeça. Não me sai da cabeça. Há quem diga que esta dor é pior que a morte. Não sei.
Mas 3 de Maio foi o dia em que desapareceu a Maddie. E esta menina não me sai da cabeça. Porque 3 de Maio foi também o dia em desapareceu a Laura. E ela também nunca me saiu da cabeça. Para a mãe da Laura, foi para sempre. Para a da Maddie é o desconhecido. Poderá ser amanhã, para o mês que vem, daqui a oito anos. Poderá ser nunca mais ou para sempre. Qual é a dor maior? Não sei. Mas não me sai da cabeça.

5/07/2007

Em resposta ao senhor anónimo (ou terá sido uma senhora?)

Caro(a) anónimo(a)

Ainda bem para ti que tens emprego certo, que, além de emprego tens trabalho e sobretudo que te pagam o ordenado certinho ao fim do mês. Ainda bem para ti que sentes que pertences a alguma coisa que funciona e que, para ti, este país parece menos apimbalhado, menos bimbo, menos arcaico graças a empresas como a PT, o BPI ou a TV Cabo. Ainda bem para ti que não precisas de (sobre)viver a recibos verdes. Fico sinceramente feliz por ti, mas devo dizer-te que não me identifico em nada com a tua opinião e acho que isso ficou manifesto no meu comentário.
Aliás, se as defendes com tanto afinco, deves conhecê-las bem e saber tão bem como eu que elas praticam o subemprego e o vínculo precário, para já não referir que só não nos vão ao bolso quando não podem/conseguem. Antes numa das que enumerei que “debaixo da pata de algum deles”. Pois nisso estamos totalmente de acordo, caro(a) anónimo(a). Se não os podes vencer junta-te a eles. Aceitam-se cunhas. E tachos. Nesta altura do campeonato e da maneira como estão as coisas, não teria vergonha nem qualquer pejo em aceitar. Mas daí a defendê-las iria sempre um grande passo. Talvez se elas me tornassem, não digo milionária, mas uma pessoa de posses, digamos, confortáveis, pensasse duas vezes. Talvez virasse a casaca. Mesmo assim não sei. Desconfio que continuaria a criticá-las naquilo que têm de pior. Que é muito.
Há mais na Caixa? Ainda bem! Algo para mim? Para os meus? Para os dos outros? Aqueles que nada têm daquelas todas que citei (nem de outras, diga-se de passagem)? Aqueles que estão a recibos verdes e têm de dar todos os meses 150 à Segurança Social – ganhem zero ou dez mil - mas não podem ficar doentes nem sem trabalho e estão quase certos de que nada restará quando chegarem à dita-cuja idade da reforma? Aqueles que gostariam de trabalhar de outra maneira mas que não têm outra hipótese?
Porque para eles não há “ordenado garantido ao fim do mês”, não há “investimento”, não há “formação”, não há “emprego”, quanto muito, há “trabalho” e é quando há, e, quanto a “responsabilidade social”, para eles é uma expressão cujo significado ignoram, porque a maior parte do tempo estão demasiado ocupados em conseguir segurar as pontas até ao fim do mês. E já agora, fica a saber também que fim do mês para eles (em que eu me incluo) é algo que nada significa, pois o dinheiro não tem dia nem hora para aparecer. É pago quando é pago, se é pago. E muitas vezes são as tais empresas que dizes terem "responsabiliadade social" que não têm dia nem hora para pagar o que devem aos seus fornecedores. Sim, "fornecedores" é como eles chamam a quem para eles trabalha mas sem direito a nada.
Desculpa lá, caro(a) anónimo(a), folgo muito em saber que trabalhas para uma delas mas não me caem bem os teus argumentos.
E aproveito para acrescentar à lista a nossa querida CML (Câmara Municipal de Lisboa). E a Carris. E a EMEL. E, já agora, abaixo o grande capital, que eu sou do precariado.
Caro(a) anónimo(a), não tenho 50, mas lá chegarei, se deus nosso senhor quiser, só que, pelo andar da carruagem, a recibos verdes será. Projecto de vida? Só se fosse a ganhar o triplo ou o quádruplo do que ganho (e estou a ser modesta). Que a vida te continue a correr bem, é o que te desejo. Sinceramente.

PS: Não deixa de ser curioso que este comentário tenha sido anónimo...