12/22/2006

um post de Natal

3001! Abri este humilde bloguinho e o contador marcava 3001! Portanto a pessoa que cá veio imediatamente antes foi a 3000. Acuse-se, inúmero e incontável (neste caso, contável, pois!), para que possa entregar-lhe o prémio respectivo. Eh eh eh!

Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus inúmeros e incontáveis a gentileza com que se acotovelaram neste exíguo cantinho a fim de me darem os parabéns, assim como aos meus dois primorosos rebentos. Foi bom sentir o calor da blogosfera no meio deste frio polar e, apesar de se terem a modos que confundido com o aniversário do gaijito, a malta ficou contente. A todos, obrigada!

Às 04h17 desta madrugada fez um ano que a gaijita pecanininha se esgueirou cá para fora, toda enrodilhada em mais de noventa centímetros de cordão umbilical "anormalmente comprido e fino" nas palavras do meu querido médico que fortunadamente se encontrava de serviço naquela noite de solstício e fez a gentileza de aparecer à hora h no quarto onde eu fazia uma dilatação meteórica.
Quanto a mim, naquele momento, já perdera completamente a estribeiras e berrava que me dessem a epidural ou eu própria arrancaria "aquilo" (falo das duas cintas do CTG e seus respectivos rachtaparta de sensores). Ao que o meu querido doutor respondia com a sua fleuma quase britânica: "Oh minha querida, a estas horas vai ser difícil trazer um anestesista cá acima."
- Então dêem-me morfina!
- Mas isso está assim tão mal? Ainda agora foi observada e só tinha dois dedos...
- Doutor, eu já tive um filho antes. E digo-lhe que não tenho dois dedos. Talvez nem quatro...
- Deixe lá ver... Ah, pois é, isto já vai em sete, não, oito! Faça só um bocadinho de força…vai nascer! Sras enfermeiras, preparem já a maca e a sala de partos!
Poucos minutos depois, num ambiente tipo E.R., o médico perdia a sua proverbial fleuma para gritar que eu parasse imediatamente de fazer força enquanto berrava às três enfermeiras que lhe trouxessem sei lá o quê. O pânico era geral: a mini Calamity não tinha uma circular. Tinha três. E não era no pescoço: era no corpinho todo. Em boa hora o meu querido personal doctor resolvera passar lá pelo estaminé a ver se a Calamity estava a aguentar firme os supostos dois dedos de dilatação, entretanto promovidos a dilatação completa enquanto o diabo esfrega um olho, ocitocina oblige. Escusado será dizer que o bom do homem libertou a minha princesa em poucos segundos, ma colocou na barriga enquanto garantia que a mecinha era cá das rijas e logo a levaram, rachtaparta estes hospitais da treta que garantem ser amigos dos bebés e depois os deixam por três horas longe das mães ao mesmo tempo que garantem às ditas recém-paridas, doridas, expectantes e duvidosas - e traumatizadas na sequência de um susto do caraças! - que “está tudo bem, ela está só a aquecer um bocadinho”.
- Então por que não ma trazem, que ela aquece junto à mãe, que é onde deve estar?
- Descanse lá um bocadinho, que já a trazemos.
Pois. Sete da matina. Finalmente a princesa chega, toda encolhidita no seu body de hospital – que nem foram capazes de mandar pedir a roupa dela, enfim, adiante… - para a sua primeira mamada. Tudo corre bem. Vejo-a pela terceira vez, agora mais calmamente, eu própria mais consciente. E estranho-a, que estranho. Tanto quanto reconhecera o irmão, oito anos e nove dias antes, como se sempre o tivesse conhecido. Estranho-a a tal ponto que tenho medo de ter sido enganada e que algo se passe com ela. Algo de errado, de terrivelmente errado. Algo que me deixa tão angustiada que até tenho medo de o verbalizar. E quando o médico aparece para nos visitar, antes de sair de turno, pergunto-lhe, a medo:
- De certeza que está tudo bem com a minha filha, doutor?
- Claro que sim, é linda, a sua filha, mas porquê, o que é que a está a preocupar?
- Não sei, ela… tem cara de chinesa…
- Então e você, tem cara de quê?
Bom. Sendo assim… Claro que a miúda não tinha nada, eu é que tinha as hormonas aos tropeções, o cansaço e a emoção ao rubro e ela tinha nascido menos “acabada” que o mano. Mais amorratada, enxovalhada e vermelhusca. Ao passo que ele, o único recém-nascido que eu tivera anteriormente, lisinho, lindo, um bebé “feito”. Enfim, pancas de parturiente.

A Calamityzinha pecanininha está com um ano e lindona como o seu manãozão grandalhão bonitão que fez nove (oh, meu deus, como pode o filho ter nove anos?!!!!) há dias. Um dia destes contarei sobre o nascimento dele, se vier ao caso.

Tudo isto era só para dizer que ver crescer um filho é maravilhoso. Ver crescer dois é grandioso. E longe de querer transformar este estamine num babyblog, hoje apeteceu-me partilhar isto com os meus inúmeros e incontáveis. E agora vou ali e já venho.

Feliz Natal a todos! Oh oh oh!

12/14/2006

Serei retrógrada?

Este é mais prás meninas que prós meninos - desculpem lá, mas esta questão simplesmente não se pode colocar a um homem (a não ser, talvez, a um Zé Castelo Branco, but then, again...). Quando vou comprar um soutien (eh pá, não consigo escrever com aquela ortografia sutiã, chamem-me snob se quiserem, mas é mesmo assim), se espreitar para dentro da loja de lingerie e me aperceber que corro o risco de ser atendida por um homem, nem sequer entro. Se for um velho, então, é certinho que aquela loja fica riscada do mapa. Mas mesmo que fosse um gajo giro - coisa que, por acaso ou talvez não, nunca aconteceu até hoje - , não sei se me sentiria muito à vontade para lhe comprar roupa interior. E quem me conhece sabe que estou longe de ser aquilo que se chama um mecinha pudica. Agora, francamente, não me estou a ver a pedir um 34 copa C a um gajo ou a explicar-lhe que não pode ser aquele modelo em vez do outro porque não suporto armações nas minhas ricas costelas. Ou outros pormenores íntimos do género. Afinal, sempre há profissões que assentam melhor a um género do que a outro, contrariamente ao que eu própria, do alto da minha suposta atitude equalitária, sempre pensei e apregoei. E eu tenho para mim (yes! há anos que queria usar esta expressão - "tenho para mim" - e nunca tinha conseguido!) que uma loja de lingerie com empregados do género masculino está destinada a ter lucros inferiores a uma que só empregasse mulheres. Mas, daí, talvez seja retrógrada e esteja enganada. Meninas! Este é um apelo muito sério: debatam o assunto com serenidade, mas com verdade, por favor. Os meninos também se podem pronunciar, mas, atenção! Tudo dentro do maior respeito...

PS: Atenção, inúmeros e incontáveis modernaços que resolveram aderir ao beta blogger ou lá o que é: não consigo comentar-vos! É o que dá o rachtaparta das modernices. Impossível fazer loggin, mesmo depois de estar perfeitamente assinada e identificada nos resto dos blogs todos. Adorava retornar visitas e colocar algumas em dia, mas tornou-se perfeitamente impossível. A estes particularmente - já que aos outros posso ir dar uma beijoca "pessoalmente" - os meus votos de feliz natal e um próspero ano novo (é assim que se diz, não é?)

11/29/2006

Interrupção da interrupção

O Nada Como Realmente tem o prazer de interromper esta interrupção
para anunciar aos estimados inúmeros e incontáveis que

É OFICIAL: A Calamityzinha pecanininha
JÁ ANDA!!!!!

já a mãe ainda cá anda, embora possa não parecer...

11/13/2006

Não tenho tempo

Desculpem qualquer coisinha! Voltarei ao vosso convívio logo que possível. Tenho saudades vossas. Assim que puder aparecer passo pelos vossos bloguinhos a avisar, ok?

Até jaaaaaaazzzzzzzzzzzz

11/03/2006

Corantes, conservantes, aditivos alimentares, E's e afins

Há uns tempos atrás descobri o puré de batata congelado. Muito mais saboroso que o de pacote, aproxima-se do caseiro e permite fazer cozinhados mais elaborados. Tinha ainda a vantagem de conter apenas ingredientes naturais: batata, manteiga, noz-moscada. E digo "tinha" porque há uns dias fui ao Pingo Doce buscar um pacote e, como é meu hábito (vício? mania?), percorri a lista de ingredientes. Voltei a arrumar o pacote de puré congelado no respectivo compartimento frigorífico. De repente passou a conter seis "E's"...

Durante muitos meses consumi uns iogurtes da marca dia, com pedaços de avelã. Achava-os fabulosos. Deliciosos. Até ao dia em que comprei outros, da mesma marca, mas que, à diferença destes, possuíam listagem de ingredientes em inglês. A leitura destes foi para mim uma dolorosa reveleção: os iogurtes continham, pasmem-se os inúmeros e incontáveis, gelatina de suíno! Fiquei tão enojada que fui logo esmiuçar os ingredientes dos outros. Não faziam menção do dito animal, mas referia-se a presença de gelatina. Iniciei então uma investigação inglória junto dos serviços ao cliente (??!!!) do referido supermercado: conteriam ou não os ditos-cujos iogurtes gelatina de porco? Inúmeras démarches pessoais e telefónicas não lograram revelar-me a tão almejada verdade. Pelo sim pelo não deixei de comprar e consumir os supra-citados iogurtes. Alguns meses mais tarde a lista dos ingredientes foi alterada e fiquei a saber que, afinal, tinha tido razão e os tais iogurtes sempre continham gelatina de proveniência suína. Só de pensar nisso ainda fico com sintomas semelhantes às primeiras semanas de gravidez...

Ainda no capítulo dos iogurtes, de que sou grande consumidora, os meus preferidos (dos que trazem pedaços de fruta) são os "Pomar" da Yoplait. Têm uma boa relação qualidade/preço, pedaços de fruta gigantescos e em quantidade apreciável. Gosto deles de cereja. E até há uns meses atrás, não continham vestígios dos famigerados "E's". Pois bem, os "E's" já constam. Só não deixei de consumir os ditos-cujos iogurtes porque são de facto muito bons e porque começo a interrogar-me sobre o que comer...

Alguém sabe onde se pode encontrar comida natural, sem porcarias? Ou não me digam que andamos a comer "E's" e afins desde sempre, mas só agora nos foi revelado. Descubro "E's" nos produtos mais insuspeitos, até nos tradicionais. Por exemplo: chouriço (4 a 6 "E's"), natas "frescas" (2 a 3 "E's"), pão (!!!!!!) (chega a ter 6 "E's"), etc, etc, etc.

Porque é que não nos dizem a verdade? O que são os "E's"? Que legitimidade têm os fabricantes de dar aos químicos e outros aditivos que colocam nos produtos alimentares nomes de código que não querem dizer absolutamente nada para o comum consumidor em vez de nos esclarecer sobre o que realmente estamos a ingerir???!!!

(continua)

10/25/2006

28 de Setembro de 2006

Este já está escrito há uns dias largos. Hesitei bastante entre postá-lo ou não postá-lo. Mas tendo em conta isto e agora também isto, desbloqueei. Hoje é então outro dia

Faz hoje dez anos que te foste, como uma sereia por entre as ondas. Sem fazer barulho e sem te despedir. Não sei se sabes, mas deixaste a conversa a meio. Já não me lembro do que falávamos, confesso. Nem sei mesmo se na altura me lembrei. Mas sei que durante muito, muito tempo, foi esta sensação bizarra que me ficou, a da conversa interrompida. Tipo: “onde é que nós íamos, mesmo?” Isso e um par de olhos esbugalhados, aquelas imagens presas na retina, como uma objectiva que tivesse ficado para sempre bloqueada no acto de fotografar... o horror.
Faz hoje dez anos que te foste, mas não penses que só hoje te escrevo à boa tradição portuguesa, de só recordar quem partiu nos dias dos aniversários. O Pessoa descrevia muito bem esse fenómeno naquele poema “Se te queres matar...”. Assim:

“Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.”

Não, não penses isso. Nestes dez anos não deve ter havido um único dos três mil seiscentos e cinquenta e tal dias em que não me tenha lembrado de ti.
E no entanto, a tua passagem pela minha vida foi pouco mais que meteórica. Durante muito tempo também, me interroguei sobre os motivos dessa passagem: porquê? Porque é que os deuses insistiam em colocar estas pessoas no meu caminho para logo depois as levarem? Qual o significado? Qual a razão? Depois veio aquele anúncio. Aquela menina não teria mais que quatro anos. Mas eu sei que eras tu.E logo a seguir, aquela música, que ainda hoje me custa ouvir. E que, eu sei, foi escrita para ti, pelo menos aquela parte:

Frio,
o mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar.
Quente,
O chão
Onde te estendo
E te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele.

Eu sei. Esta canção de amor, o Abrunhosa não deve ter pensado que a alguém pudesse ter soado como a banda sonora de um filme de terror. Mas soou.

E de repente, cinco anos passaram. E foi a vez dele*. Outro anjo efémero. Outra passagem súbita. Sem sentido. Cheguei a interrogar-me se teriam sido reais, vocês dois. Ou apenas figuras oníricas de um sonho tão intenso. Ambos existiram para mim durante apenas cinco semanas. Cinco semanas que foram toda uma vida. E que ainda doem. E eu sei que não vieram para magoar, mas então, vieram para quê???

Depois veio aquele dia: 26 de Dezembro de 2004. De repente, milhões de retinas ficavam também elas assim, esbugalhadas, incrédulas. E eu, que não estava lá, eu, que nunca viajara a leste de Estrasburgo, vi-me ali, em Phuket, em Phi Phi, em Samatra, em Meulaboh, em Jaffna, em Muttur, em Aceh, a reviver aquela tarde. O mesmo pesadelo elevado à potência n...
Tinhas vinte anos. Hoje terias trinta. Terias terminado o curso de psicologia ou talvez não. Terias aproveitado bem o tempo ou talvez não. Ter-te ias mantido bonita ou talvez não. Talvez estivesses mais bonita ainda ou talvez te tivesses estragado. Quem te conhecia desde sempre diria que terias ido de qualquer modo. Que não eras feita para este mundo. Que não lhe pertencias.

Não sei. Só sei que dez anos passaram. E que te foste com tanta pressa que deixaste uma conversa a meio. Não me lembro do que falávamos. Mas devia ser importante. Todas as nossas conversas eram importantes. Só podia ser algo inadiável. Se ainda te lembrares, diz-me. Eu ia gostar de retomar esse diálogo, tão fluido, como sempre o foi contigo. E logo nesse dia, estávamos TÃO felizes, lembras-te? Tudo parecia TÃO perfeito!
Se te lembrares, faz-me um sinal, dá-me uma pista. Talvez isso desate um pouquinho deste nó.
E... amiga?... Gostei de te conhecer!

*Mas com ele em breve falarei

10/21/2006

Intervalo 2 ou Está bem, pronto!!!

Olhos? castanhos
Cabelos? castanhos
Altura? 1,62
Peso? deve andar nos 52
Ascendência? franco-portuguesa - mas acho que noutra encarnação fui índia das américas
Signo? Sagitário (ascendente Caranguejo, signo Lunar Touro e muita água no mapa) (é q acho q o signo sozinho não diz nada)
Sapatos que está a usar? chinelas de verão - apesar de estar a chover
Fraqueza? são tantas!
Medo? bué deles
Objectivo que gostaria de alcançar: para já, a tranquilidade material e mental que tinha há 10 anos, quando ganhava a vida a fazer o que gosto e conseguia de vez em quando ir passar o fim-de-semana fora e viajar de tempos a tempos~
Frase que mais uso no messenger: "faz-de-conta que não me viram"
Melhor parte do corpo: os abdomináveis ;-)
Pepsi ou Cola? coca-cola (pode ser guaraná?)
MacDonalds ou Bobs? bobs, embora não faça ideia do que se trata
Fuma? em quantidades homeopáticas
Palavrões? todas as palavras do dicionário e alguns neologismos
Perfume? por vezes e nem sempre o mesmo
Canta? e nem sempre meus males espanto
Toma banho todos os dias? em geral, sim
Gostava da escola? hoje mais do que ontem
Acredita em si mesmo? tem de ser
Tem fixação com a Saúde? tenho que admitir que tenho alguma, sim
Dá-se bem com os seus pais? melhor com a minha mãe embora "saia" mais ao pai. Talvez por sermos demasiado parecidos chocamos à brava
Gosta de tempestades? adoro

No último mês
Bebeu álcool? em quantidades homeopáticas
Fumou? em quantidades homeopáticas
Usou drogas? acho que já respondi. Mas se for preciso, vou ali buscar a definição da OMS
Fez compras? que remédio
Comeu um pacote inteiro de bolachas? e também de outras coisas
Comeu sushi? não
Chorou? rios de lágrimas
Fez biscoitos caseiros? não, mas comia-os de bom grado
Pintou o cabelo? não, mas que precisava, oh, se precisava!
Roubou? canetas e isqueiros onde os haja, 2 cigarros ao meu pai, um a um colega, e variadas frutas pequenas no supermercado/mercearia: tâmaras frescas, umas laranjas miscroscópicas, que já não me lembra o nome, uvas... Tenho que provar a fruta, certo?
Número de filhos? dois
Como gostaria de morrer? não gostaria de morrer e ainda tenho a ilusão da imortalidade
Piercings? vários furos nas orelhas (no lóbulo e não na cartilagem)
Tatuagens? n'a pas
Quantas vezes o seu nome apareceu nos jornais? no último mês? 3 ou 4. Em revistas mais umas quantas
Cicatrizes no corpo? tantas que lhes perdi a conta. Mas as piores não se vêem...
De que se arrepende de ter feito? tanta coisa...
Cor Favorita? todas
Disciplina favorita na Escola? dependia dos anos
Um lugar onde nunca esteve e gostaria de estar? Na Bahia, entre outros
Matutina ou nocturna? cada vez mais matutina
O que tem nos bolsos? um telemóvel de um lado e uma pen do outro
Daqui a dez anos imagina-se? é melhor não fazer projecções

Desafiadas: as que quiserem... Já não sei quem cá vem...

10/13/2006

Intervalo

... Como ainda me lembro daquela noite no verão de 1980 (pois é, sou meeesmo muuuito cota) em que rebentou um cano na Festa do Avante, ainda no tempo em que a Festa decorria no Alto da Ajuda, e milhares de pessoas atravessaram o imenso pantanal que se formou, até porque tinha chovido a cântaros... só para o ver e ouvir

... Como este senhor que eu simplesmente AMO vai finalmente visitar-nos, ao fim de quase 20 anos...

... Como há vários dias (e noites) que não consigo pensar noutra coisa... partilho convosco uma das canções que habita o meu ser desde que me lembro de ser quem sou - seja lá o que isso for

Rosa-dos-ventos

E do amor gritou-se o escândalo
Do medo criou-se o trágico
No rosto pintou-se o pálido
E não rolou uma lágrima
Nem uma lástima
Pra socorrer

E na gente deu o hábito
De caminhar pelas trevas
De murmurar entre as pregas
De tirar leite das pedras
De ver o tempo correr

Mas, sob o sono dos séculos
Amanheceu o espetáculo
Como uma chuva de pétalas
Como se o céu vendo as penas
Morresse de pena
E chovesse o perdão

E a prudência dos sábios
Nem ousou conter nos lábios
O sorriso e a paixão

Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito dos rios fartou-se
E inundou de água-doce
A amargura do mar

Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar

Chico Buarque 1969

PS: Tenho andado a "cozinhar" dois posts que ficaram em suspenso desde a semana passada. Eles não são propriamente para vocês, meus inúmeros e incontáveis mais "palpáveis", mas, como dizia no outro dia, para duas estrelas que já se encontram em constelações mais distantes...
Anyway, como ultimamente ando com os pés "demasiado" na terra, não me sinto no estado necessário para estas andanças mais... transcendentes, digamos. Isto, só para dizer que se um dia destes depararem com um post ostentando uma data totalmente absurda, não é engano: é um dos tais dois.

PS2: Sim, CK, tenho a intenção de vos usar como cobaias para o meu estudo. Meter-vos em tubos de ensaio. Misturar-vos com substâncias esquisitas e potencialmente explosivas. Agitar-vos sem piedade. Virar-vos do avesso. Despejar-vos na bancada. E devolver-vos à estratosfera não sem antes vos ter tornado irreconhecíveis. Mas está descansada que, quando eu fizer isso, arranjo umas autorizações forjadas que não te darei para assinares.
Até jazzzzz

10/05/2006

Um longo e entediante post a não ser que estejam para intermináveis considerações vagamente filosóficas

Sou uma mecinha simples, a bem dizer.
Gosto de dormir e de brincar, de passear e de cantar. Gosto de ir à praia, de ver um bom filme, de me arrepiar num concerto e de me alambazar com uma comezaina valente. E de também de parvejar horas perdidas frente à televisão a zappar na imensidão do nada, de, como dizia o outro, ter um livro para ler e não o fazer...
Mas também tenho um lado intelectual, um lado mais reflexivo, discursivo, logico-analítico. Um lado que aprecia o pensamento complexo, que admira e tenta seguir as mentes brilhantes dos cientistas e outros filósofos, que tenta compreender o mundo físico e também o que está para lá.
Sim, as questões metafísicas também me inquietam e desde pequenina que me lembro de me sentir 'diferente'. Algo em mim sempre vibrou que ia para além da normalidade aparente das pessoas - novas e velhas - que me rodeavam e a quem, aliás, eu tinha um enorme pudor em falar "dessas coisas". Hoje sei que não estou (nem estava) só; muitas e muitas "almas gémeas", ou pelo menos "irmãs" se revelaram ao longo dos anos, muitas estrelinhas (;-)) brilharam em uníssono, - umas vieram devagar (;-)) e outras caíram-me literalmente em cima - e por vezes consigo entrever no meio do muito lixo que nos rodeia resquícios de um desígnio grandioso.
Curiosamente, a descoberta da blogosfera, com todos os seus aspectos aparentemente muito terra-a-terra, inscreve-se completamente no âmbito maior desta revelação. É estranho como seres que cintilam à distância - uma distância que chega a atingir milhares (?) de kms - e que nunca vi, de quem nunca senti o cheiro nem ouvi a voz, de quem dificilmente avaliarei a limpidez do olhar ou a frontidão da postura, me conseguem por vezes atingir no que eu tenho de mais íntimo, de mais recôndito, de mais (m)eu.
Talvez por isso, o meu lado intelectual, que sempre teve tendência a misturar-se inextricavelmente com a minha dimensão... chamemos-lhe espiritual, levou-me a querer explorar mais a fundo a questão das "ligações cibernéticas" (sim, sim, horitas, é verdade!.. não gozes comigo, tá?!) e a sua faceta metafísica. "Será o ciberespaço uma experiência mística?" é o tema que irei desenvolver em breve (espero!) num trabalho para um dos seminários do mestrado que frequento (pouco) e que talvez venha a levar mais longe, na tese, a tal que já deveria há muito ter começado a esboçar.
Mas toda esta longa introdução (ai, que já estou a ver os meus inúmeros e incontáveis a colocar os ratos na coluna do lado direito, dirigindo o cursor para baixo à procura do fim, exclamando de si para si: "o quê???!!! Introdução???!!!! Esta gaija deve estar louca!!! Desvairada!!Transviada! Tenho mais que fazer. Ela que se meta num psi e deixe a malta sossegada. Anda uma pessoa a vir aqui todos os dias durante mais de uma semana a ver se a gaija diz algumas bujardas prá gente se rir um bocado e vem ela com esta lengalenga que nunca mais acaba e ainda por cima é tudo introdução??!! Tá-se a passar??!!!), toda esta introdução, dizia eu, para lançar alguma luz sobre certas "atitudes", digamos, que talvez possam parecer algo misteriosas a mais do que um dos meus inúmeros e incontáveis leitores.
Espero não parecer pomposa - ou melhor, na verdade estou-me nas tintas para o que possa parecer, e como estou a um passo de ser metida numa camisa de forças posso dizer o que quiser, que todos os que me conhecem já sabem do que a casa gasta e os outros passam a saber - dizia eu portanto que ... ainda estão aí? Ou melhor, ainda está aí alguém?
Pronto lá vai:
Se o ciberespaço, e logo a blogosfera, são esperiências místicas - e lamento desiludir os inúmeros e incontáveis mais cépticos (se é que ainda resta algum a esta hora), mas também aqui não estou só e já houve autores muito respeitados no meio universitário que o pensaram, disseram e desenvolveram em estudos publicados - , então as dimensões que podemos através dele, ciberespaço, e logo dela, blogosfera, atingir, são ou podem ser transcendentes. Pelo que, quem sabe, alguns dos meus inúmeros e incontáveis poderão até nem estar neste planeta (dimensão espaço) (by the way, acusem-se, por favor!) - pois é, malta, julgavam que eu estava brincar, quando no outro dia referi que esta a escrever aquele post straight from Jupiter e sob a forma de holograma?! - ou até "já não estar entre nós" , como se costuma dizer (dimensão tempo). Atrevo-me até a pensar na possibilidade de alguns deles ainda não terem nascido.
Todo este longo divagar (se vai ao longe) tinha por objectivo introduzir (ainda, pois é! Desculpem lá qualquer coisinha...) os meus inúmeros e incontáveis nos motivos profundos e superficiais que me levam, ou melhor, irão levar a usar este blog como meio - e o bold serve para sublinhar o aspecto etimológico da palavra utilizada - para chegar a alguns seres que já estão noutra dimensão da existência. Que apenas em sonhos me visitam e de quem tantas saudades sinto. Eu sei que não havia nexexidadejeje de me lançar nesta interminável explicação e que já outros(as) o fizeram antes de mim. Mas cada um é como cada qual e como há muito que não vinha aqui "ouvir-me pensar", foi para o que me deu. E se, por algum motivo também ele do domínio do transcendente, algum dos meus inúmeros e incontáveis chegou até aqui, vou desde já tranquilizá-lo(a). Para já vou ficar por aqui, até porque ambos (eu e e Vós, que a esta hora já mereceis uma segunda pessoa do plural à séria e com a respectiva maiúscula) precisamos de digerir, certo? Às duas pessoas a quem tencionava dirigir-me neste post, digo, embora elas, no tempo/lugar onde/quando se encontram o saibam certamente, I'll be back. Aos inúmeros e incontáveis que ainda me restam - se é que restam! - , digo o mesmo.
Vou ali e já venho.

PS: À senhora que resolveu criar "mais um blog da tanga" (estou a citar) para chatear os outros e porque nada mais tem para fazer, aviso desde já que excusa de se dar ao trabalho de me comentar com as suas "atuardas" (estou a citar de novo), que não estou com pachorra nenhuma para aturar gente parva, que ainda por cima deve ter interesses na CML (sempre me causou uma certa comichão a proximidade com o poder). Tive a educação de não apagar o seu desinteressante comentário mas passarei a fazer como outras e a colocar o lixo no respectivo contentor onde ele pertence.

PS2: às meninas que tive vontade de linkar nas passagens em que lhes pisquei o olho e que sabem quem são, quero que saibam que hesitei mas acabei por não o fazer para não excluir algumas outras que seria injusto não adicionar nessa linkagem. Todas as estrelas brilham mas algumas brilham com mais intensidade. E isso não retira de forma alguma o encanto aos (aparentemente) menos cintilantes corpos celestes.
Nem o seu carácter eminentemente especial.

PS3: QUEM FOI???
O visitante 2000 que não se acusou. Hein???

9/22/2006

Acham isto normal???

Na Rua Ferreira Borges, principal artéria (gostaram da "artéria"? lindo, não é? é como o "esférico", vocábulos que me enchem a alma de satisfação e o umbigo de orgulho, por tão profícuo - eu ultimamente ando particularmente amiga do "profícuo" - e egrégio uso do nosso vasto idioma - do "idioma", então, nem sei se vos diga, se vos conte! - mas adiante!)
O melhor é recomeçar, que os meus inúmeros e incontáveis a esta hora, ainda por cima em dia sem carros - imagino-vos todos (todas!) a andar a pé, a encher os nossos autocarros, as carrugens do metropolitano... mas, enfim, adiante, de novo, que isto hoje está grave. A hemorragia mental escorre por todos os lados. Ou será verborreia? Bah! Deixem lá! Eu fico assim quando tenho um trabalho para fazer e ando a ver se me esquivo. A propósito, lembram-se daquele poema do Fernando Pessoa... Não, a sério, estava a brincar. Ou melhor, estava a brincar. Agora a sério. Do início.

Dizia eu portanto que, (eu sei que aqui não devia haver vírgula, mas é só para marcar aqui uma pequena pausa e centrar-vos de novo na minha linha de raciocínio. Pronto. Já está tudo a seguir-me? De certeza? Então lá vai:

Na Rua Ferreira Borges, principal artéria do Bairro de Campo de Ourique, em Lisboa (há que contemplar os inúmeros e incontáveis dos arrabaldes, não é verdade? explicando-lhes onde fica Campo de Ourique, que os inúmeros e incontáveis, por exemplo, da ilha de Santa Maria dos Açores, não são obrigados a saber, certo?), podemos desde o dia 20 de setembro - vinte observar toda uma parafernália de camiões equipados com gruas, cada qual operado por dois trabalhores de uma empresa denominada "Os Castros" a instalar as iluminações de Natal. Sim, caros e caras inúmeros(as) e incontáveis, vocês leram bem e não, caras e caros (agora ao contrário) inúmeras(os) e incontáveis, a vossa Calamity não teve alucinações, não sonhou, não andou a fumar daquelas coisas que fazem (quando ingeridos por certos organismos mais sensíveis e quando de qualidade excepcional, é verdade) ver coisas que não correspondem exactamente àquilo que lá está. É verdade. Verdade, verdadinha, tão verdade como eu estar aqui neste momento sob a forma de holograma a escrever este post a partir do planeta Júpiter.
Podemos, pois, inúmeros e incontáveis (e vice-versa, pronto, vocês já sabem, esta minha cena dá prós dois lados, meninos e meninas, gaijos e gaijas, parramecas e pilinhas, coisa e tal e tal e coisa...) deduzir que o nosso bem-amado presidente da junta, perdão, da câmara terminou finalmente de pagar as pouquinhas (coisa pouca, mesmo, quase nada) dívidas da dita e pôde enfim direccionar as vastas somas da edilidade para fins mais nobres e bem mais urgentes? Ou passou-se algo que eu, do alto (deverei antes dizer do baixo?) de minha parca e limitada inteligência não atingi? Haverá lá coisa mais importante e imediata para a Câmara Municipal de Lisboa fazer do que mandar instalar as iluminações de Natal a três meses e cinco dias da efémeride que marca o nascimento de Jesus Cristo? Quem serão "Os Castros"? Já agora, alguma relação com a Inês de? Por favor, esclareçam-me.

Ah. Feliz Natal.

9/11/2006

Há cinco anos...


Há cinco anos todos nós vimos na televisão. Não conseguíamos despregar os olhos daquelas imagens. Vimo-las dez, vinte, cem, mil vezes. Como se estivéssemos viciados nelas. De vista esbugalhada. De coração esbugalhado. No dia seguinte acordámos e ligámos a televisão de novo. Para ver se era mesmo verdade. Se não teríamos sonhado.

Ontem à noite (e antes disso, na 2) passaram vários documentários, entre outros aquele sobre o Homem em Plena Queda (The Falling Man). A famosa foto de Richard Drew que chocou tanta gente, que originou uma pesquisa, a qual deu resultados espantosos. Não interessa concluir sobre a identidade deste homem, cuja posição extraordinária ainda hoje me deixa perplexa: além de levar a cabeça para baixo, tem a perna direita flectida, como quem estivesse encostado a uma parede, a ver o tempo passar. Quando na verdade, é ele que passa pelo tempo à velocidade estonteante de uma morte, a morte mais mediática do onze de setembro. A morte que todos viram mas que ninguém viu, pois acredito que ele ainda estava vivo neste momento da queda.
Não interessa se era o tal do Jonathan Briley, cuja irmã deu um depoimento que deveria ser ouvido por todos, uma lição de vida e de serenidade. Ou se era o outro "suspeito", cuja família, de tão crente, se teria desmoronado se viesse a confirmar-se ser de facto ele o "suicida". Porque para eles (para elas) era a heresia suprema. Que o pai e marido pudesse ter decidido acabar depressa com tudo aquilo. Que tivesse dado aquele vôo. Estaria para elas condenado para sempre às chamas do inferno (e o que seria aquilo lá em cima? Uma sauna? Um solário?) se acaso tivesse cometido aquele crime aos olhos de deus.
Pois se houver deus, se houver Deus que mereça maiúscula, este e os outros "jumpers" do onze de setembro foram direitinhos para o paraíso. Straight to heaven. Pois aquilo, sim, foi um acto de suprema coragem. Tanta quanta a dos bombeiros que subiram quando todos os outros desciam.
E também um acto de suprema fé. Pois algures dentro do desespero inimaginável existiu um lampejo de esperança num milagre que os salvasse. "Talvez, talvez eu possa voar. Talvez, talvez haja um deus que me salve, que me ampare nesta queda, que a transforme em vôo".
E se Deus houve, Deus o(s) salvou. E ele voou para a eternidade.

9/07/2006

Raio de luz


Procurei um raio de luz para vos "devolver" o carinho. Encontrei um elfo e roubei-o à fada que o colocou na blogosfera. Espero que nem ele nem ela se importem. Estou certa que não.

Ainda não me sinto assim, mas hei de sentir. Oh se hei.

8/31/2006

A todos os condutores de BMW's (e são muitos),

de Mercedes, de Volvos, de Audis e Chryslers e das dezenas de outros carros de luxo que povoam as estradas e autoestradas de Portugal, fica aqui o meu sincero, sentido e humilde pedido de desculpas
- por me atrever a circular com o meu Renault Clio com nove anos de idade
- por ter a veleidade de, por alguns segundos, cometer o crime inominável de ultrapassar os raríssimos veículos mais lentos do que o meu, ocupando assim a exclusivíssima faixa da esquerda e obrigando-os desse modo a reduzir por vezes abaixo dos cento e quarenta, causando-lhes assim atrasos irrecuperáveis pelos quais juro penitenciar-me para sempre

8/22/2006

Arre!!! Que não há pachorra

... para quem pensa que o R/C dos prédios equivale a uma plaqueta a dizer "Porteira"! Já não bastava o carteiro (toca sempre duas vezes), o homem do gás (idem, idem), o tipo da electricidade (aspas, aspas), o bacano da água (rebéubéu), o gajo dos telefones (pardais ao ninho), é desde de manhã até à noite, o rachtaparta da campaínha a tocar, e é o "Dica da Semana", é o "Jornal da Região", o folheto do Continente, do Carrefour, do Jumbo, do Minipreço, é o trolha das obras do primeiro, o serralheiro para arranjar a fechadura do segundo, a senhora das caixinhas da tupperware para a vizinha do lado - que, diga-se, coitada, também passa o mesmo, pois no R/C mora - , quando não é simplesmente, e com uma lata do caraças: "publicidade!!!". Qual autocolante, qual quê?!! Aqui há uns tempos, tinha um na bendita caixa do correio e foi arrancado!
Conclusão: ainda agora voltei e já estou deserta pra me pirar daqui pra fora. Decididamente, esta cidade é demasiado pequena para mim e tantas melgas. Prefiro ir ser picada para a Costa Alentejana.

7/20/2006

E agora...

E agora eu vou-me embora
e embora a dor
não queira ir já embora
agora eu vou-me embora
e parto sem dor
E parto dentro de momentos
apesar de haver momentos
em que dentro a dor
não parte sem dor

(Sérgio Godinho in Campolide)

PS: Vou só ali e já volto. Mas finalmente fecho um capítulo da minha vida que me estava a atrofiar. Como diz uma querida amiga blogosférica, "dispo o casaco". I'll be back. Mi aguardem!

7/18/2006

Alguém sabe onde se compram bilhetes para Vanuatu?

... e quanto custam? (pode ser só de ida...)

não sei se ouviram falar disto... mais pormenores no Público de Domingo e nos jornais gratuitos de 6ª feira passada. A foto, que não consigo picar, está aqui.

À falta de imagens de Vanuatu, acho que esta praiazita também me enchia as medidas...

7/13/2006

Ganda lata!

Na verdade, trata-se de uma pequena lata. Ou melhor, de uma lata mais pequena. Eu explico: então não é que a Milupa, em vez de assumir que ia aumentar o preço do Aptamil - aumentar substancialmente, diga-se! - preferiu agir de forma dissimulada e reles, passando a lata a conter 900 gr. em vez do kg. que continha anteriormente!
O que é que vocês acham disto?

7/07/2006

Bib'á inteligência!

"Na amniocentese que fez no fim-de-semana passado a médica parece ter visto um menino. No entanto, Bibá Pitta não se quer precipitar e diz que só contará "ao mundo" o sexo do seu bebé quando tiver a certeza absoluta. " (in Correio da Manhã - Vidas do passado fim-de-semana)

É preciso dizer mais alguma coisa? O neurónio da Bibá é xy! Mas a rapariga, coitada, ao quinto filho, ainda não descobriu a diferença entre uma amniocentese e uma ecografia. E, pelos vistos, a jornalista também não sabe - ou será que não quis desmentir/desiludir a coitada?

7/03/2006

Enquanto fui e vim...

Vocês foram passando por cá. E eis senão quando, ao fim de tantos dias sem cá vir, me dou conta de que, na minha ausência, passou por cá sem deixar rasto o visitante nº1000! E nada disse! Será que não se apercebeu? Será demasiado modesto(a) para se acusar?

Mais coisas... não, não tenho o mestrado feito, nem sequer muito lançado, para dizer a verdade. Está difícil, isto. Passei a semana toda vai não vai, a braços com uma maldita amigdalite que acabou por me derrubar, embora temporariamente. Lá me fui abaixo - e de que maneira!

Sábado, ainda um pouco rouca, consegui o ânimo necessário para transmitir umas quantas good vibrations que, via eter, ou cabo, ou lá o que foi, atingiram em cheio o nosso Ricardo para que se interpusesse entre a gana dos ingleses e a respectiva concretização. E lá estamos nas meias-finais, contra a França, como me tinha sussurado discretamente o meu bom velho e sábio dedo mindinho...

Hoje lá voltei ao bules-não bules, e a bem dizer, estou como uma amiga nossa daqui do burgo (blogosfera) - quase a despir o casaco. Francamente, não fui feita para prateleiras disfarçadas de tachos - ou será versa-vice??? Já sabem, preciso de trabalho, a partir de 15 de Agosto estou disponível. Antes não, que preciso de ir de férias com a família, só um bocadinho, sim? Escrevo, reescrevo, transcrevo, traduzo, leio, releio, revejo, corrijo, redijo e, bem conversadinha, até tiro umas bicas e umas imperiais. Publique-se e divulgue-se...

Muitas mais coisas tenho para discutir, desabafar, cascar e disparatar convosco, mas, a bem dizer, agora apetece-me pôr as visitinhas em dia e vou aproveitar antes que a pimpolha acorde e exija toda a minha atenção. A propósito, mamãs da blogosfera: o que se faz a uma criança de seis meses e uma semana que dorme menos de doze horas por dia, tudo somado, acorda quase todas as noites para mamar, diz "mamã" e gatinha? Creche!!! Pra que te quero???

6/21/2006

Neuróticos somos todos

Uns mais, outros menos; ou talvez uns dêem mais largas às suas neuroses do que outros, mas a verdade é que a cada um a sua panca e felizmente que assim é porque no fundo são também estas “pequenas coisas” que nos tornam únicos e ao mesmo tempo normais. Não deixamos de sentir um certo alívio ao reconhecermos que os outros também as têm, semelhantes às nossas e ao mesmo tempo tão específicas. Uns morrem de medo de andar de avião e outros não se metem no metropolitano por nada deste mundo. Uns não conseguiriam dormir se tivessem deixado os bibelôs desalinhados na prateleira, outros não conseguem manter nada em ordem, mesmo que se esforcem muito para isso. Há quem não consiga sair de casa sem verificar n vezes se o gás ficou fechado ou volte repetidamente atrás para ver se deu realmente quatro voltas à chave na fechadura. Há quem tenha de comprar dúzias de coisas absolutamente inúteis a cada vez que entra numa loja chinesa e quem faça o mesmo em estabelecimentos bem mais caros.
Tudo isto, dentro do rol das nossas pequenas neuroses, é “normal”. Todos temos um pouco de obsessivo-compulsivo, todos temos variações de humor - sobretudo nós, meninas, graças às nossas bem conhecidas hormonas – sem que isso faça de nós maníaco-depressivos. Sim, é verdade que a fronteira entre a “normalidade” e a “loucura” ou o “desvio” é uma linha tão ténue que por vezes não sabemos bem como situar certos comportamentos, pensamentos ou sentimentos. Por mim falo, obviamente, mas sei que não sou a única a questionar-se sobre estes assuntos. Talvez por isso sempre fui “atraída” pelas questões da doença mental. O que é? Como podemos determinar o que é “normal” e o que é “patológico”? Se eu “perder a razão”, será que me vou aperceber?
Entre o que é considerado um indivíduo mentalmente “são”, ou seja, saudavelmente neurótico, e as desordens graves do foro mental, como as psicoses, esquizofrenias, etc, há as chamadas personalidades borderline. Poder-se-ia dizer que são pessoas que vivem sempre “no fio da navalha”. Elas e os que vivem em torno delas. Os borderline fazem parte de uma “categoria” de perturbações que a psiquiatria não consegue “arrumar” na “prateleira” das neuroses, porque são francamente mais “destrambelhados” que a maior parte dos “neuróticos normais”, mas que também não chegam a apresentar um perfil verdadeiramente psicótico. O transtorno de personalidade borderline faz parte de um conjunto que vai do histrionismo à perturbação ansiosa, da personalide paronóide à perturbação esquizóide. Muitos destes distúrbios implicam uma enorme dose de agressividade/hostilidade para com os outros, o que afecta particularmente os mais próximos, com grande incidência nas famílias. Muitas vezes, as “crises” são cíclicas e todos os que vivem com aquela pessoa confrontam-se diariamente com a recordação da mais recente e com a expectiva da próxima. À espera de quando ele (ou ela) se vai passar novamente. A recear esse momento. Porque frequentemente estas pessoas não reconhecem o problema que têm – ou só o reconhecem nos períodos de acalmia - e, obviamente, recusam o tratamento –ou interrompem-no ao menor sinal de melhoria, piorando logo em seguida -, é extenuante viver com elas. Em muitos casos, existem consumos de drogas e sobretudo de álcool – essa droga dura legal e sempre minimizada por grande parte da sociedade que tantos estragos faz (mas sobre esse assunto falarei noutro dia, que dá posta das grandes) – , o que ainda torna a situação mais difícil. E porque essas pessoas têm, quase sempre, dupla personalidade, quem (con)vive com elas tem relutância em desistir delas. Porque o “outro lado” é por vezes muito diferente. Sedutor. Bom.
Mas quem está próximo também acaba por ficar afectado. Doente. Porque a doença mental é tão contagiosa como qualquer virose, acabando por minar toda a família. As pessoas em volta nunca sabem. Nunca sabem se podem dizer o que vão dizer. Se podem fazer o que vão fazer. Se a acção mais inocente, mais inconsciente não se vai virar contra elas. Tudo tem de ser medido, cuidado. A espontaneidade, a impulsividade não podem sobreviver. Nem a frescura, a inocência, ou a sanidade. Pois são autênticos vampiros emocionais. Especialistas na manipulação, na projecção ("eu não estou doente, tu é que estás"), na chantagem emocional.
Na minha vida já me cruzei com vários “casos” destes. Pessoas que conheci, com quem me dei, com quem vivi, convivi, de quem gostei, que amei, que deixei, pessoas que se foram, que voltaram, que ficaram, que já lá vão. Às vezes interrogo-me por que motivo me confronto tão insistentemente com este lado da vida, com este aspecto da pessoa humana. E, como sou profundamente neurótica (ou quem sabe talvez para lá disso), sofro. Por mim, por elas, pelo que são, pelo que foram, pelo que fizeram, deixaram de fazer, poderiam ter feito. Pela marca profunda que deixam em todos quantos cruzam o seu caminho. Mesmo quando dizemos BASTA.

6/20/2006

Era capaz de apostar

... que Lisboa é a única cidade do mundo onde se não estacionarmos o carro antes de o ocupante anterior do lugar ter saído somos trucidados, linchados e queimados em praça pública.

6/17/2006

Às amigas do Nada Como Realmente

... porque os amigos, se os há, nunca dizem nada!
Este post, escrito a correr, é só pra dizer-vos que vocês estão no meu coração e no meu pensamento. Só que sem net em casa e com censura no local de trabalho, é difícil manter isto. E daqui para a frente, ainda vai ser pior. Nos próximos tempos vão ver-me raramente por aqui: trabalho, mestrado e família "obligent". Hoje passei nalguns dos vossos cantinhos e amanhã tentarei terminar a ronda. Espero que ninguém fique melindrado(a)! Só consigo ir a uma de cada vez. Mas, como já disse a algumas hoje, "I'll be back", até porque isto já me está na "massa do sangue", se é que é assim que se diz... Mi aguardem!
Então, se me dão licença, vou ali e já venho. Untill then, good night

6/07/2006

Neste momento, mais do que nunca, quero reafirmar quem sou, e aquilo em que acredito


Porque quero viver num mundo às cores
Porque quero que os meus filhos cresçam e tenham os seus filhos num mundo às cores
Porque acredito (ainda) na paz, no amor, na tolerância
Porque quero acreditar que há futuro
Porque quero acreditar que quem vai para a televisão vangloriar-se de ter armas mortíferas em casa, de estar disposto a usá-las e apelar ao seu uso em nome das suas aberrantes ideias de ódio será metido num dos guettos cuja existência defende onde, espero, apodrecerá juntamente com os seus aberrantes "correligionários" (é assim que se diz? qualquer epíteto de que me lembre é ofensivo para as pessoas normais)

6/03/2006

E como já não há cu pra tanta mama...*






Agora vou falar de Rock. In Rio. Tejo, que o outro, o de Janeiro, tá lá longe, e ficará para outra altura. Breve, espero eu. Mas agora vou falar de Rock. Eh pá, a vossa Calamity é já uma trintona bem enxuta, e tem gostos de quarentinha. Talvez vocês não se revejam, inúmeros e incontáveis, mas eu tenho que partilhar: ontem tirei a minha barriguinha - e sobretudo as pernocas - de misérias:
Carlos Santana e Roger Waters na mesma noite é muito, mesmo para uma Calamity que já leva uma boas centenas (quiçá milhares) de concertos - e bons! - no currículo. Ambos já constavam do dito (currículo) e até tinha sido no mesmo ano (2003? 2004? - confesso que não tenho bem a certeza), mas, caros inúmeros e incontáveis, a coisa ontem à noite foi mesmo em grande!
Santana: grande senhor, grande mago da guitarra! Dançar, dançar até mais não! A Calamity a pensar com os seus botões: eu realmente devia ter nascido num país da América Latina. É que fui feita para o sol, os climas tropicais, a música quente, os corpos dançantes. Nada a fazer, não tenho cura - e também não quero ter!
Só tenho pena que o gajo não saiba, nem goste de dançar. Se não, metia-me mais a sério na coisa. Ai metia, metia. Que saudades que eu tenho de uma das melhores salas desta cidade, o agradavelmente decrépito Ritz Club! Que fechou há mais de 5 anos para umas obras milionárias que nunca mais acabam! (e será que chegaram a começar?)
Kadhaffi! Toca a abrir a casa, que tenho saudades, ouviste?!

À meia noite e qualquer coisa, subia ao palco, magnificamente acompanhado por uma banda de virtuosos (não desfazendo em nada no seu antecessor!) esse grande senhor que dá pelo nome de Roger Waters. O David Gilmour e companhia que me desculpem - ou talvez não, tou-me nas tintas, não cortassem relações com o homem!** - mas já há muito que deviam ter desistido de usar o grande nome de Pink Floyd em vão. É que o Roger Waters não precisa de vocês para nada. O homem, aos 61 anos, faz os Pink Floyd sozinho. Pronto, está bem, com uma ajudinha da grande banda que soube reunir. Mas em grande estilo, como, aliás, já tinha demonstrado no concerto memorável do Pavilhão Atlântico, em que brindou os presentes com uma actuação brilhante incluindo a passagem do julgamento do The Wall e momentos de Wish You Were Here a The Final Cut, como eu nunca julguei ser possível, mais de vinte anos após me apaixonar por esta banda. Levando-me às lágrimas por mais de uma vez.
Pois ontem o senhor tornou a encher a medidas. Mais de duas horas e meia de concerto, com direito a Dark Side of the Moon praticamente do princípio ao fim. Aquela mulher que canta nos coros é ABSOLUTAMENTE DIVINAL e contemplou os mais de 60 mil que lá estavam com um "The Great Gig in the Sky" em nada inferior ao original. Inúmeros e incontáveis. Se não sabem do que estou a falar (e se sabem também, toca a ir remexer na colecção de vinis dos papás ou dos tios. De certeza que vão lá encontrar este tesouro:






E este.





Vá. Vão lá pôr a tocar. Depois venham falar-me de trance psicadélico.

* às mamas e assuntos "pendentes" (Salvo seja, claro! Ricas mamas! - as minhas e as das minhas queridas inúmeras e incontáveis), voltaremos quando o assunto estiver menos na berra, que a mim cansam-me as "modas". Para algum de entre os meus inúmeros e incontáveis leitores que porventura não tivesse conhecimento do ultrabadalado assunto em questão aqui, trata-se disto, disto, e de tudo aquilo que se lhe seguiu, não necessariamente por esta ordem - e, como diria o meu caro Sérgio Godinho, "perdoem-me aqueles que ficaram esquecidos"...

** eu sei e eu vi que os ditos-cujos Pink Floyd se "reconciliaram" temporariamente, ao fim de 23 anos de briga feia, para um momento memorável, há poucos meses atrás. Para quem não saiba, foi no Live 8, em julho de 2005. Foi bonita a festa, pá...

5/30/2006

O Nada Como Realmente foi à praia


Já foi no Sábado, mas gostaria de partilhar com os meus inúmeros e incontáveis alguns momentos de espanto, beleza e não só.
Por exemplo, já ouviram falar daquele filme, a Costa do Mosquito? Ou, like american say, The Mosquito Coast? Pois bem, pasmem se quiserem:



Pois é, inúmeros e incontáveis, aquilo que podeis ver, mais escuro na areia, não são algas, não são grãozinhos de areia mais escura, não. Aquilo são mosquitos. Dezenas de centenas de milhares de mosquitos. Mosquitos que, nadando como realmente, foram parar à costa, onde morreram estatelados na areia. Não é como o gajo aqui de cima que continuou a nadar na areia, como realmente. Os mosquititos, esses, ou nadaram como realmente e mararam realmente exaustos, ou voaram, voaram e deram à costa vivinhos da silva. E chatos comó caraças. Já não se pode falar de orla costeira, mas sim de orla mosquiteira. Pois é.

Mas há mais, inúmeros e incontáveis. Os mosquitos sentem uma atracção irresistível pelas cores claras. Quereis ver? Aqui vai:

Pois é. É verdade. Se os meus caros inúmeros e incontáveis não acreditam, ora cliquem lá na imagem, de forma a aumentá-la. Vêem? (Eu espero que funcione... caso contrário tenho de pedir ajuda ao dito-cujo webdesigner). Sim, eu sei que aquele bicho preto maiorzito é uma carocha. O que é que querem, o homem achou piada ao beatle. Mas os outros, mais pequeninos que, espero, podeis ver em cima do pano... pois é. Mosquitinhos. Aqueles, os amosquitinhos dos afilamentos das alâmpadas, lembram-se? Deixem lá. Se calhar não se lembram. Isto é coisa do passado. Do século passado...

Mas se os mosquitos gostam de amarelo... que fará do branco??? Pois é. What you're about to see is SIMPLY UNBELIEVEBLE!!! Será da cor? Será do facto de se tratar de uma peça de roupa interior de senhora? Será do preço exorbitante que a mesma custou na loja da Chicco de Campo de Ourique? Será do cheiro a leite?? Aceitam-se explicações...

Conseguis ver, inúmeros e incontáveis? Ora aumentai lá a dita-cuja imagem. Espero que consigais (Eu cá só consigo no original. Mas depois pespegá-la aqui aumentada é do caneco... Oh gaijo! Volta, tás perdoado!!!) Garanto-vos que aqui não há qualquer photoshop. Mas o melhor... ainda está por vir. Preparai-vos agora para momentos de pura beleza. Ora deêm-me lá um bocadito para ir lanchar, que isto de estar a arrastar imagens pelo post abaixo cansa e dá uma fome do caraças... Se alguém souber como se metem as fotos nesta bosta directamente lá onde a gente as quer meter, é favor acusar-se... CK? Queres ajudar a CJ? Eu prometo que te ensino a colocar acentos, tis e cedilhas nos Cs (mas que raio de teclado terá ela???).

Vou ali e já venho...

O Nada Como Realmente foi à praia, parte 2

E agora, terminado o mê lanchinho, e constatando como constato que enquanto fui e vim, mais de vinte pessoas - vinte passaram por aqui sem nada dizer, prossigo com as maravilhas da profíqua ida à praia da vossa humilde Calamity. Quereis ver a vossa Calamity a segurar o céu com as suas próprias mãos? Sim? Mais uma vez, quer acreditem quer não, what you're about to see não tem PITADINHA de photoshop. Ora espreitem lá:


E com esta, se não me levam a mal, despeço-me por agora, com estima e amizade, que tenho ali uma gaijinha aos gritos, a dizer que se não a agarro já, escolhe uma mãe a sério, daquelas com blog na internet e tudo...

PS: prometo partilhar convosco mais algumas destas pérolas da fotografia praiística portuguesa

5/26/2006

Só passei pra dizer

que não tenho conseguido passar por aqui
que sei que vocês passaram
que sei que tive novas visitantes e não retribui as visitas
que compreendo se nunca mais "olharem prá minha cara" ;-)
que sei que sou "pobre" e mal agradecida
que eu e o meu gajo ficámos realmente felizes por vocês, inúmeros e incontáveis (sobretudo os gajos) terem gostado da remodelação
que estou com imensas saudades da blogosfera, mas sem acesso no local de trabalho por censura (há que dizê-lo com frontalidade) nem em casa por falta de crédito na empresa-das-telecomunicações-que-nos-esmifra-a-guita- até-ao-tutano, que-não-respeita-a-lei-da-concorrência e que-até-cria-empresas-fantasmas-pra-fazer-falsa-concorrência-a-si-própria (qual é ela, qual é ela?), sem acesso dizia eu, portanto, nem de dia nem de noite, é difícil aparecer por aqui. Mas que tenho saudades, tenho. E quero dizer também às meninas recém-aparecidas que não me tomem por malcriada, tá bem? Eu apareço nos vossos cantinhos. Assim que conseguir um tempinho com o respectivo carcanhol pró respectivo acesso.
Eu vou ali e já venho

5/21/2006

Tcharam!!!

E pronto. Ao fim destes dias todos, finalmente cá está: O Nada Como Realmente novinho em folha, remodelação a estrear. Foram dias - e sobretudo noites - de grande desgaste, com direito a picardias e cenas de autêntico conflito nas suas vertentes homem vs blogger e homem vs html, para já não falar das intermináveis discussões homem vs mulher que uma entire redecoration desta dimensão inevitavelmente provoca:

- Aí é pra pôr a azul.
- A azul? eh pá, mas isso agora é muito complicado. Porque é que não deixas como está, a laranja?
- Eh pá, porque não. Aí tem que ficar azul.

- Olha lá pus-te esta cena aqui.
- Eh pá, aí?! Hum, não sei se não ficava melhor ali daquele lado.

Etc, etc, etc. Mas, finalmente, cá está. Aceitam-se críticas (construtivas, claro, que esta cena deu muito trabalhinho ao gajo!), sugestões e elogios.
Fico à espera. Digam coisas.

5/16/2006

Aos meus inúmeros e incontáveis

Leitores é claro. E sobretudo leitoras ;-)
Eu sei que têm passado por aqui à procura das novidades prometidas ou até mesmo de outras quaisquer. Acontece que a semana passada foi particularmente difícil e esta vai pelo mesmo caminho. Para ajudar estou de novo sem internet em casa. Estou mesmo. O assunto é para resolver em breve, muito em breve. Simplesmente as 24 horas dos dias têm-se revelado insuficientes para poder responder às várias solicitações. Estou a pensar seriamente em inscrever-me num curso de gestão do tempo. É trabalho, é mestrado, são as crianças, é a casa. E o pior é que praticamente não consigo dar conta de nenhuma das variáveis desta equação em condições.

Trabalho: Duas actividades (por enquanto) e nenhuma corresponde aos meus desejos, necessidades e formação. No tal emprego que tive de aceitar por ser uma "excelente oportunidade" é esperado que eu desenvolva uma actividade que não me agrada e para a qual não tenho formação nem preparação. Em compensação quando quero dar o meu contributo em áreas para as quais me encontro bem mais vocacionada, e nas quais existem reais necessidades, é só entraves. Embora já lá esteja há quase dois meses ainda não tenho computador nem material para poder trabalhar. Para cúmulo reina nesta instituição uma censura inacreditável.
A outra actividade deixa-me cada vez mais insatisfeita. A entidade patronal não tem qualquer respeito pelos seus colaboradores e enche desavergonhadamente os bolsos à pala dos atrasos nos ordenados e subsídios - começaram ontem a pagar os subsídios de Natal do ano passado, dá para acreditar??!! - exigindo cada vez mais a troco de cada vez menos.
A minha verdadeira profissão/vocação, aquela que eu realmente quero desenvolver, na qual eu desejo investir o meu tempo, a minha energia, a minha criatividade... está, mais uma vez entre parêntesis. Até quando?

Mestrado: Até agora entreguei um trabalho. Daqui a uma semana faz três meses que devia ter entregue o segundo. Seguem mais três que sinceramente não sei quando nem como os farei... e bem que gostava de ter mais tempo para dedicar a este aspecto da minha vida. Gosto de ir à faculdade, ler, pesquisar. Gosto de ser estudante. Mas ser estudante-mãe-trabalhadora é dose!

Crianças: Maravilhosas. Adoráveis. Absorventes. Cansativas. Divertidas. Chatas. Deliciosas. Egoístas. Precisam de mim, da minha disponibilidade, da minha dedicação. Do meu amor, claro, mas esse está sempre presente, mesmo que eu não esteja.
Ele gostaria que o pai e eu fóssemos com ele para todo o lado. Ir ao jardim, ir à praia, ir acampar, jogar à bola, jogar playstation, jogar xadrez, correr, sair, viajar, rebolar, convidar os amigos, fazer piqueniques. Ajudá-lo a fazer os trabalhos, ouvir os seus relatos de futebol, as suas histórias de futebol, as suas teorias sobre futebol, responder às suas questões físicas, metafísicas, científicas e existenciais. Gerir os ciúmes da irmã.
Ela gostaria que eu e o pai estivéssemos 24 horas por dia acoplados a ela. De viver ao nosso colo e dormir na nossa cama. Mamar e brincar. Descobrir o mundo. Aprender a falar, a gatinhar, a andar. Tomar banhocas, fazer cavalinho, barquinho, aviãozinho, ginástica. Comer papinha, sopinha e leitinho da maminha. Chuchar na chucha, na fralda, na roupa e na mão. Palrar, guinchar e gargalhar.
Ambos gostariam que não fízessemos mais nada na vida a não ser estar com eles. E por vezes nós também.

A casa. Ai a casa. Ai as obras que eram para ser feitas há oito anos atrás. Ai o chão do quarto a abater e tecto da casa-de-banho a desfazer-se. Ai as portas empenadas e as ombreiras descascadas. Ai a janela velha e podre e a janela nova e estragada. E a outra por duas vezes mal instalada. E a marquise imposta pelo condomínio cuja qualidade fica a anos-luz da que estava anteriormente. E os esgotos do prédio inteiro que cheiram mal dentro da minha casa-de-banho. E o quintal confundido com um sanitário público por todos os gatos da vizinhança. E a cozinha que precisava de um lava-loiças novo, de um fogão novo e de gavetas novas e inteiras. E já agora de armários novos e de uma máquina de lavar a loiça. E de uma chaminé nova e limpa até ao cimo do prédio. A cozinha que precisava de uma cozinha nova. A casa que precisava de obras há anos. A casa que precisava de uma casa nova.
E a roupa. E o jantar. E as compras. E a loiça. E os papéis. E os livros. E os alunos. E a escola. E a creche. E as inscrições. E as burocracias. E os impostos. E a Segurança Social. E as vacinas. E os médicos. E a natação. E o judo. E o yoga. E eu. E EU? E EU??
E EU???

PS: As novidades prometidas.

Acho que não está com nada deixar-vos nesta expectativa e ainda por cima não rende. As novidades não são nada de especial, e vão sair assim que a Internet for restabelecida lá em casa. E antes não porque é impossível. O nada como realmente tem andado (nos bastidores, claro) a ser sujeito a uma operação de cosmética que espero partilhar convosco muito brevemente. É só uma questão de look. Como sabem, faz bem a toda a gente ir ao cabeleireiro, comprar uma roupita nova e assim. Pois é o que vai acontecer a este vosso humilde bloguinho. Mainada. Coisa pouca, como vedes. Ou ireis ver. Talvez ainda hoje. Até jazzzz

5/10/2006

Elegia para uma Gaivota


Morreu no Mar a gaivota mais esbelta,
a que morava mais alto
e trespassava de claridade
as nuvens mais escuras com os olhos.
Flutuam quietas, sobre as águas, suas asas.
Água salgada, benta de tantas mortes angustiosas, aspergiu-a.
E três pás de ar pesado para sempre as viagens lhe vedaram.
Eis que deixou de ser sonho apenas sonhado
É finalmente sonho puro,
sonho que sonha finalmente, asas que dorme voos.
Canto dos pescadores, embalai-a! Versos dos poetas, embalai-a!
Brisas, peixes, marés, rumor das velas, embalai-a!
Há na manhã um gosto vago e doce de elegia,
tão misteriosamente, tão insistentemente,
sua presença morta em tudo se anuncia.
Ela via, sereninha e muito branca.
E a sua morte simples e suavíssima
é a ordem-do-dia na praia e no mar alto.


Sebastião da Gama

5/07/2006

O nada como realmente pede desculpa por esta interrupção...

... o blog segue dentro de momentos.

Não, não tenciono atirar-vos mais areia prós olhos. Nem sequer cozinhar em lume brando. E também sei que isto dos 'teasers' tem um 'timing' (e que bem que fica dizê-lo em estrangêro, não acham, inúmeros e incontáveis?) para além do qual não é legítimo esticar-nos, sob pena de estes respeitáveis senhores e sobretudo senhoras se irem embora. Mas é que estou sem internet em casa. De modos que até a coisa ser restabelecida não vou poder dar seguimento às minhas mui nobres intenções.

Pelo facto, pedimos as vossas desculpas e esperamos contar com a vossa compreensão. Envidaremos todos os esforços para repor a normalidade dentro da maior brevidade. Até lá, estejam certos, inúmeros e incontáveis, de que continuaremos a nutrir por vossências grande respeito e amizade, quiçá carinho.

Por falar em carinho, aproveito para desejar a todas as mamãs que por aqui passarem um marabilhoso dia da mãe, na companhia dos bossos e de quem mais bos aprouber. Que me desculpem os visitantes do norte, mas acho que isto fica mais bonito assim, com chotaque lá de chima. Carago.

Até jazz.

Como diriam os gatos fedorento, voltem, que isto prá próxima é que vai ser giro

5/05/2006

... Foi sem querer!

A sério. É que aqui a Calamity trabalha muito com o Word. E no Word não há campos separados para títalo (assim mesmo, que eu cá gosto de dizer títalo) e texto propriamente dito. Resultado: escrevi o dito-cujo títalo (e ela a dar-lhe!) e carreguei no enter. E o gajo entrou.
Eh pá, e ficou tão giro que não me apeteceu tirar. Mesmo assim, as minhas (e sobretudo os meus) inúmeras (os) e incontáveis (leitoras, pois claro) merecem-me um respeito infindo, por isso me dei ao trabalho de explicar tudo bem explicadinho.

Não sei se perceberam que estou para aqui a encher chouriços, a bem dizer, à maneira dos nossos gubernantes (assim mesmo, que eu cá gosto de dizer gubernantes), do género: "quando a malta não cumpre as promessas, atira-lhes areia prós olhos, pode ser que pegue".

A ideia não é não cumprir, a sério. O problema é que não tenho bem a certeza de conseguir cumprir ainda hoje e tenho de vos entreter com alguma coisa, não é verdade?!
Afinal vocês, inúmeros e incontáveis (sobretudo os gaijos - são tantos que até fazem fila na blogosfera, só para aceder a esta humilde moradinha) são o motivo e a razão pela qual blogo e tenho de vos manter minimamente satisfeitos. Ou melhor satisfeitas.
Homens! Se andam por aí, manifestem-se, pliiiize! Eu gosto de vocês! A sério. Gosto de vos contar entre os meus inúmeros e incontáveis.

E dizem vocês: pronto, foi desta que a Calamity se passou de vez. Não é isso. Quer dizer, não é só isso. A malta de vez em quando também precisa de um devaneio, não? Ainda por cima à sexta-feira. À tarde. E não há meio deste raio-desta-semana acabar, cum catano!

Bom. Tudo isto para vos dizer que as novidades prometidas virão. Logo que possível. Em breve. Muito em breve. Vou ali e já venho.

PS: é verdade, o "relógio" deste blog está no horário dos Açores. Ou seja, uma hora menos que Portugal continental (a ler com voz de hospedeira da Tap - ou melhor, assistente de bordo, que eu cá não gosto de ferir susceptibilidades). Não é para enganar ninguém. Foi a única maneira que encontrei para publicar o post de 25 de abril ainda dentro do dia certo. Andei a manipular o sistema, não sei se estão a ver... Será que posso ir presa por isso? Bom, mas é só para não chegarem atrasadas a lado nenhum baseadas neste horário... daaaaah!

Bom, então é assim:

5/04/2006

Novidades

... em breve neste blog. Fiquem atentos(as)! .... Mi aguardem!!!

4/28/2006

Chamem-me o que quiserem

Retrógrada. Reaccionária. Conservadora. No mínimo, mãe galinha. No mínimo, lírica. Eh pá, chamem-me lá o que quiserem. E digam também, que eu assino por baixo:
1) Os automobilistas portugueses em geral, a maior parte dos taxistas e dos condutores lisboetas em particular são inconscientes, desvairados e alguns até são uns assassinos. Muitos são/andam bêbedos mas até parece que não era este o caso.
2) O governo, a câmara e, em geral, as entidades que deviam 'ter mão nisto' tudo não têm, lavam as mãos, não protegem os cidadãos, não antecipam as tragédias, não asseguram as condições de segurança mínima para a vida das pessoas: como se pode compreender que num local como a Av. de Ceuta, a escola das crianças fique de um lado e o bairro onde moram as pessoas do outro sem que tenha sido prevista uma estrutura aérea ou subterrânea entre um lado e outro e IMPOSSIBILITADO que o atravessamento fosse feito de outra forma???

Concordo com isto tudo e provavelmente com outras coisas mais. O que não posso compreender é como é que os responsáveis por uma criança de oito anos sabendo isto a deixam entregue a si própria. Desculpem, e chamem-me o que quiserem mas NINGUÉM está preparado para atravessar uma estrada - e é disso que se trata - daquela perigosidade (estamos a falar de seis faixas de rodagem - seis). Nem mesmo um adulto. Como podem então deixar que aquela - e outras, oh meu deus, nem quero pensar - criança vá e venha sozinha da escola atravessando aquela estrada assassina??! Como puderam deixar??!!! Desculpem e chamem-me o que quiserem. Mas desta vez eu tenho pena daquele taxista. Que provavelmente nunca mais vai dormir descansado.

O meu filho tem oito anos e desde pequenino que aprendeu a atravessar as ruas. No entanto, ainda não vai sozinho para a escola que é bem perto e não sei quando irá. É que (eu não sei em que país vivem os habitantes da Quinta da Cabrinha na Av. de Ceuta mas) eu vivo num país em que crianças morrem por caírem em bocas de esgoto deixadas destapadas por negligência e por apanharem choques de alta tensão nos semáforos. Por enquanto vou continuar a acompanhar o puto para todo o lado. Chamem-me o que quiserem.

Descansa em paz, miúda Rafaela. Vieste sem dúvida parar ao sítio errado.

4/26/2006

Vinte anos depois, e porque a memória é curta, é preciso reafirmar com força



... e vai assim em francês porque não consegui arranjar nenhum com um tamanho digno em português, nem mesmo em inglês. Se soubesse como se diz em russo...

25 de Abril sempre



... fascismo nunca mais!


Estou tão contente! Publiquei o primeiríssimo post com foto! Yes!

4/23/2006

Banda Sonora de uma manhã de domingo

Ou
De como gerir a irritação saudavelmente quando eles – os gaijos, claro! - nos tiram do sério *
Ou ainda
Quem canta, dança, salta e rebola seus males espanta – e os vizinhos também!
(a colocar em altos berros e com direito a espectáculo total enquanto ela, sentada na sua cadeirinha, me olha com um ar vagamente irónico e francamente divertido - há quem já nasça a saber de tudo, não é gaijinha pecanina?!)

Beck – Looser
Vaya con Dios – Girls don’t cry for Louie
Ella Fitzgerald & Louie Armstrong – Dream a Little Dream of me
Humanos – Vou Viver (aqui admito que houve uma certa quebra; pelo menos DJiingamente falando, a transição não foi das melhores…)
Janis Joplin – Me and My Bobby Mc Gee
Chico Buarque – Amanhã vai ser outro dia (preparar o leite com chocolate do gaijinho pequenino)
Sérgio Godinho – Etelvina
Skunk – Jackie Tequilla (mudar a fralda cheia de merda da gaijinha pequenina - “…vaca cadela macaca gazela/linda toda toda linda ela/toda a beleza se reconhece nela…”)
Gilberto Gil – Vamos Fugir (eu e ela, claro!)
The The – Uncertain Smile
James Brown – Sex Machine ("... I'm feeling like a sex machine..." - é mentira, mas não faz mal – ninguém precisa de saber)
David Byrne & Marisa Monte – Waters of March = Águas de Março – versão Red Hot + Rio
(“... é a lama é a lama…”)
Maria Bethânia - Tigreza
Terence Trent d’Arby – Supermodel Sandwich
Lou Reed – Sweet Jane – versão Rock’n’Roll Animal (à falta da versão Cowboy Junkies)
Aretha Franklin – Think (à falta de R.E.S.P.E.C.T)
Caetano Veloso – Samba e Amor ("... não tenho que prestar satisfação")

Quando for grande quero ter um programa de rádio!

* dedicado aos meus inúmeros e incontáveis leitores do sexo masculino e ao santinhos que vivem com as minhas amigas bloguistas – sem pinga de malícia, mas, admito, com alguma ironia. E, uns e outras, desculpem qualquer coisinha, sim???!!!

4/22/2006

O Estado da Nação (ou o resto do mundo burning)

Não é o programa da RTP com o mesmo nome nem a discussão com o mesmo nome que ocupa aqueles senhores lá prás bandas de S. Bento. É o título em português de um filme, ou melhor um documentário austríaco que vai passar um destes dias no festival Indie e que eu já vi. Apesar de já ter uns anitos, é inédito aqui no burgo e é de pôr os cabelos em pé. Nele somos confrontados com o discurso na primeira pessoa de algumas dezenas de austríacos falando sobre si próprios e o que pensam das coisas. Eu pensava que o povo português era retrógrado, racista e sexista. Mas aqueles gajos são simplesmente nazis. Xenófobos, chauvinistas, anti-semitas, homofóbicos, machistas - até elas! Numa palavra: um vómito. Um esterco.
Fui ao Google à procura e encontrei o que procurava: as palavras que me têm estado na cabeça o dia todo, mas como já passaram doze anos (sim, 12! é verdade!), não conseguia lembrar-me com exactidão. Em certas circunstâncias, acho que eu também sou partidária da lavagem cerebral! (nº 5)

Portugal Burning - Capítulo 3

Lisboa, Convento de S. Domingos, 19 de Abril de 1506 - Domingo, 15h00

Naquele Domingo de Páscoa, a igreja estava repleta de gente, uns esperando um sinal divino que fizesse renascer a esperança - numa capital assolada pela peste - e outros, porque convinha, convertidos à força que eram por via do "Édito de Expulsão" datado de uma década mais cedo e que tratava de excluir os judeus de uma sociedade onde eles se tinham tornado demasiado importantes para o reino. Antes mesmo da instuição do "Santo Ofício", milhares tinham então sido obrigados a baptizar-se e a agir como "bons cristãos", fosse lá isso o que fosse.
Estavam pois todos na Igreja, uns esperando um milagre, outros para serem vistos pelos primeiros.
Foi então que ele se deu, o milagre. Pelo menos houve quem assim o visse. Conta quem assistiu, que eu na altura ainda por cá não andava - excepto encarnação anterior de que francamente não duvido mas também não me lembro - conta quem assistiu, dizia eu, que a determinada altura, um crucifixo iluminou-se inexplicavelmente. Vá então de clamar por milagre. E eis senão quando o herege, o blasfemo, o cristão-novo ousou colocar outra hipótese. Não teria sido antes o sol, que, entrando por uma fresta, iluminara o símbolo religioso? Bom, ok, provavelmente, o imprudente terá sido um pouco mais afirmativo. Talvez até tenha dito algo como: "Eh pá, meus senhores, desculpem lá, mas aqui não há milagre nenhum. Então não se está mesmo a ver que é um raio de sol??!! Ora olhem lá ali para aquele buraco! Estão a ver??"
Vamos lá então admitir que foi assim que as coisas se passaram. Pois bem. Tenha lá sido a forma como o desgraçado falou, o certo é que foram as suas últimas palavras. "Mal proferiu a contraproducente 'blasfémia', o povo caiu sobre ele e agrediu-o barbaramente até cair inanimado. Prostrado no Largo de São Domingos, foi identificado pelo irmão, que se debruçou sobre o seu cadáver e gritou lancinantemente: 'Quem matou o meu irmão?!'. Acto contínuo, foi igualmente executado"* pelo povo em fúria com a cumplicidade de dois frades dominicanos. Todos juntos, acenderam uma fogueira na qual queimaram os dois irmãos e, proferindo apelos inflamados e raivosos, espalharam-se pela cidade em busca de mais vítimas do seu ódio destruidor. Gritavam: "Heresia, Heresia! Destruam o povo abominável!"
Ao longo de 3 dias de pilhagem e carnificina, apanharam e mataram quatro mil cristãos-novos, entre homens, mulheres e crianças que queimaram nas várias fogueiras entretando acesas por toda a cidade.

Lisboa, 19 de Abril de 2006, 20h00

Respondendo ao apelo pacífico lançado via blogosférica e não só, meia-dúzia de pessoas ainda se encontravam no Largo de S. Domingos, depois de uma cerimónia discreta, de homenagem aos mortos de 1506. Trata-se tão-somente de acender umas velas para que estas simbolicamente "iluminassem a memória". Cerimónia essa que, diga-se, já tinha, antes mesmo de acontecer, levantado uma inacreditável polémica na blogosfera e não só - vá-se lá compreender porquê, há quem se sinta incomodado com quem teima em perpetuar a memória dos seus ancestrais, mesmo que o faça em silêncio, sem incomodar ninguém, como há quem se sinta incompreensivelmente incomodado com quaisquer manifestações culturais que não sejam as suas, pobres coitados!
Já quase toda a gente se tinha ido embora. E a imprensa também. Os rapazes queriam ter visibilidade mas saiu-lhes o tiro pela culatra. Mesmo assim não se coíbiram de fazer as suas tristes figuras. Vestidos a rigor com os seus trajes de ódio e intolerância ignorante e imbecil, lá foram para o Largo de S. Domingos gritar palavras de ordem em alemão, aquelas mesmas que há sessenta e tal anos ajudaram ao tal holocausto que agora há quem se atreva a afirmar que nunca existiu. Em alemão, os excrementos. Que no seu suposto "orgulho" nacional, nem se lembraram de palavras na nossa língua que lhes preenchesse a ânsia maléfica.

(continua)

4/20/2006

Hoje é o último dia

da minha "licença de maternidade". Assim mesmo, com aspas. Com muitas aspas. 120 dias em que devia ter estado a 100% com a minha filha e em que tive de trabalhar para podermos todos sobreviver. Porque há oito anos que não consigo exercer a minha profissão normalmente e tenho de aceitar tudo o que aparece não vá amanhã faltar. Será que tenho mesmo? Ou meti na cabeça que tenho? Será que vale a pena chegar ao último dia da minha licença de maternidade e sentir-me tão exausta que só precisava de entrar de férias já... ou de baixa? Será que faz sentido ir amanhã assinar um contrato para um trabalho mais estável mas que no entanto não corresponde ao que eu realmente quero só porque é "uma oportunidade" e porque "os tempos estão difíceis"? Será que vale a pena estar a esgotar os meus recursos físicos e psicológicos fazendo 10 coisas ao mesmo tempo quando na verdade deveria ter um único emprego e algum tempo para estar com os meus filhos e para mim, nem que fosse simplesmente para ir ao cabeleireiro ou comprar uma peça de roupa? Será querer assim tanto querer que as coisas sejam normais, apenas normais?

4/11/2006

Desafio 2

Pronto, aqui vai então a resposta ao desafio colocado pela Carla da Repolha

A - O que estava a fazer há 10 anos atrás?
- Tinha na altura o emprego mais longo e seguro que alguma vez tive. Não era o melhor sítio para trabalhar nem conseguia dar o melhor de mim, mas se soubesse o que sei hoje… talvez tivesse bazado na mesma ;-)
- Andava obsecada com um tipo que não me ligava nenhuma e a tentar esquecer um grande amor

- Andava a curtir a minha casa nova – a primeira que alguma vez tive e onde fui muito feliz (embora na altura não me tenha apercebido até que ponto)
… e muitas outras coisas, nem todas susceptíveis de vir a lume… mesmo sob a “protecção” desta identidade fictícia. A propósito: data desta altura a identidade Calamity

B - O que estava a fazer o ano passado?
- A tentar descobrir formas de diagnosticar precocemente uma gravidez – antes mesmo de me faltar o período
- A descobrir a blogosfera
- A tentar vender o meu trabalho no difícil mercado português
- A tentar ganhar o suficiente para “justificar” a loucura na qual estava a embarcar (ter mais um filho)

C- 5 Snacks de que gosto:
- Salmão fumado com sumo de limão
- Pão com manteiga de amendoim (desde que a minha filha nasceu que estou agarrada a este)
- Camarão ao alhinho
- Ameijoas e cadelinhas
- Queijo, queijo e mais queijo

D- 5 Músicas cujas letras conheço de cor – deviam ser 5000! - :
(à maneira da minha desafiadora ;-)
- Olhos nos Olhos (qs todas as do Chico)
- Desde que o Samba é Samba (qs todas as do Caetano)
- Água de Beber (qs todas as do Tom Jobim)
- Balada da Rita (qs todas as do Sérgio; e isto para não escolher a mesma que a da dita-cuja desafiadora)
- Wish you were here (qs todas as dos Pink Floyd)
E tantas, tantas outras que ficam (injustamente) de fora!

E- 5 coisas que faria se fosse milionária:
- Ajudava a fazer algumas pessoas – para além, claro, da minha família (o que inclui alguns amigos) mais felizes (não traz felicidade, mas que ajuda…)
- Dedicava-me a só trabalhar no que realmente me interessasse
- Ajudava o meu gajo a montar a empresa dele
- Ia viver para uma casa grande e velha no campo e com vista para o mar e arranjava-a devagarinho e ao nosso gosto
- Fazia uma viagem à volta do mundo
(posso dizer mais uma? Adoptava umas quantas criaturas: crianças e animais, que gosto de famílias grandes)

F- 5 coisas que gosto de fazer:
(desculpa, Carla mas as 3,5 primeiras foram copiadas tal qual)
- Viajar
- Dormir/Vegetar
- Comer/Beber
- Sentir o calor do Sol e a frescura (e não o gelo!) do mar
- Ler e escrever em quantidades industriais

G- Cinco coisas que nunca voltaria a vestir/calçar:
Ou antes, cinco coisas que não visto nem calço, nem que a vaca tussa! Até porque nisso sou muito igual a mim própria: o que não vestia antes, continuo a não vestir, o que vestia, é mais ou menos o que visto, a não ser que esteja em farrapos e nesse caso o gajo chateia-me tanto a cabeça que eu deixo de usar…
- Tops ou vestidos cai-cai
- Soutiens com alças “transparentes”
- Saltos agulha
- Calças com cintura descaída (leia-se, calças que terminam/começam a meio da púbis, por assim dizer J
- Roupa que fique em contacto com a pele que seja de fibras sintécticas (Ai, o sulfato de sovaco! Ai, as comichões em sítios impróprios!)
- Roupa desconfortável em geral

H-5 Brinquedos favoritos:
- Computador (embora deteste jogos de)
- Matraquilhos
- Máquinas Revox (para quem não sabe, trata-se de antigos gravadores de fita magnética usados em rádio para fazer edição de som; provavelmente estão em vias de extinção e de certeza que já ninguém os usa, pelo menos por cá… mesmo assim, fui muito feliz a brincar com uma, longe vai o tempo…)
- Barcos a remos (embora não tenha nenhum)
- Baloiços (sim, adoro! E admito que já fui expulsa de muito parque infantil. E isto quando pesava 50 kgs – menos que muitas crianças obesas!)

Cinco desafiados
Esta é problemática, mas lá vai
Horas Vagas (eu sei que já foste desafiada, mas, vá lá, voooooolta, isto sem ti não tem graça nenhuma!
Gaijo (vá lá! Não sejas preguiçoso! Afinal e pensando bem, foste tu que me meteste nisto!)

Loira ( vi que fizeste o outro, mas este ainda não...)

vou ali e já venho

(porque é que isto salta linhas sem eu querer, também gostava de saber...)

Desafio 1

Este ninguém me pediu mas resolvi fazê-lo

Se eu fosse um mês, seria julho
Se eu fosse um dia da semana, seria sexta-feira
Se eu fosse uma hora do dia, seria o lusco-fusco, antes ou depois do sol
Se eu fosse um planeta ou astro, seria o Sol
Se eu fosse uma direcção, seria Sudoeste
Se eu fosse um móvel, seria uma estante com milhares de prateleiras
Se eu fosse um líquido, seria Água de beber... água de beber, “camará”
Se eu fosse um pecado, seria a gula, sem dúvida
Se eu fosse uma pedra, seria uma hematite, olho de tigre, ametista e muitas outras
Se eu fosse uma árvore, seria um plátano
Se eu fosse uma fruta, seria um pêssego
Se eu fosse uma flor, seria uma papoila
Se eu fosse um clima, seria quente e húmido
Se eu fosse um instrumento musical, seria voz
Se eu fosse um elemento, seria fogo
Se eu fosse uma cor, seria branco (a junção de todas as cores)
Se eu fosse um bicho, seria um unicórnio ou um centauro
Se eu fosse um som, seria o cantar das cigarras e o murmúrio das ondas debaixo do calor escaldante
Se eu fosse uma música, seria Águas de Março, Pedra Filosofal, Tigreza, Sonho Meu, Shine on you Crazy Diamond, Nothing but Flowers (para dizer outras diferentes das que referi no outro desafio)
Se eu fosse um estilo musical, seria bossa-nova
Se eu fosse um sentimento, seria Amor
Se eu fosse um livro, seria O Principezinho
Se eu fosse uma comida, seria uma sardinhada com uma tonelada de salada de tomate e pimentos
Se eu fosse um lugar, seria uma baía
Se eu fosse um gosto, seria ácido
Se eu fosse um cheiro, seria a terra molhada
Se eu fosse uma palavra, seria Amor
Se eu fosse um verbo, seria amar (passe a repetição)
Se eu fosse um objecto, seria um espanta-espíritos
Se eu fosse uma parte do corpo, seria o olhar
Se eu fosse uma expressão facial, seria sonhadora
Se eu fosse um personagem de desenho animado, seria o génio do Aladino
Se eu fosse um filme, seria As Faces de Harry do Woody Allen, Asas do Desejo do Wim Venders ou O Mistério de Oberwald do Antonioni ou....
Se eu fosse uma forma, seria um círculo
Se eu fosse um número, seria o 3
Se eu fosse uma estação, seria Verão, se fosse do ano. Se não, seria de comboios, certamente
Se eu fosse uma frase, seria “Bute lá então”, mas também... “Nada como realmente!”... a bem dizer!

4/05/2006

Tenho um nó na garganta

Quando criei este blog tinha como principal intenção fazer deste um lugar de desabafo. Há tanta coisa a que a gente assiste calada, ou se manda vir é por que é refilona, ou porque nunca está satisfeita ou porque isto ou porque aquilo. A ideia era ter um espaço que fosse meu, mas onde outros também seriam bem vindos, mas um espaço para dizer de minha justiça. Um jornal onde o editor fosse eu. Onde ninguém me dissesse "isso não interessa nada, filha", ou "ninguém quer ler isso", ou ainda, "o que os leitores querem é"... Aqui quem não gosta não vem e pronto. Claro que não tenho muitas visitas, nem muitos leitores, mas, enfim, isso também agora não vem ao caso.
Dizia eu então que criei este blog pra falar do que me apetece e normalmente é sempre para cascar nalguma coisa, e neste país à beira-mar plantado há sempre tanta coisa para cascar que o difícil mesmo é escolher. Por dia penso em dezenas de coisas que gostaria de comentar aqui, mas infelizmente (ou felizmente talvez), o tempo não dá pra tudo, aliás, o tempo não dá mesmo é para nada e muito fica por dizer.
Depois de criar o blog (ou até mesmo quase "enquanto" o criava) fiquei grávida e outros valores se levantaram. Passei então a estar muito menos disponível mentalmente para cascar e muito mais concentrada noutras coisas; primeiro, nos enjôos e sonos e cansaços, depois no verão, na barriga, nas roupas para mim e nas "festinhas" internas e mais tarde nos pontapés internos, na barriga, nas roupas para ela, nas minhas mãos dormentes, na falta de sono reparador, nos trabalhos por terminar, no outro filho a reclamar atenção, na hora que não havia meio de chegar e no meio de tudo também nos blogues dos outros e sobretudo das outras. A gravidez direcciona as nossas atenções para tudo o que a ela está ligado: primeiro, os sinais/sintomas de gravidez, depois, as eventuais complicações, as ecografias, as consultas, mais tarde ainda, as contracções, a PPP, os sinais de parto, etc, e, neste percurso, fiz-me acompanhar por alguns dos inúmeros blogues de futuras mamãs e recém-mamãs que povoam a blogosfera, para além, claro, de outros tantos sites, livros e revistas, isto porque, além de grávida encontrava-me por volta das vinte e tal, trinta semanas a fazer um trabalho sobre gravidez que necessitava muita pesquisa e como tal, ia juntando o útil ao agradável.

Quando recomecei a escrever no blog, por influência das minhas leituras e, sobretudo, por incentivo de uma bloguista da nossa praça que muito aprecio e recomendo, tive a tentação de "seguir a maré" e também começar a escrever sobre a minha menina recém-nascida e sobre o meu menino já crescido, mas depressa conclui que não era essa a vocação do blog. Há tantos blogs que preenchem (e tão bem!) esse espaço na blogosfera que, francamente, não queria ser mais um(a). Achei, e acho que posso fazer outra coisa. No entanto, hoje quero e vou abrir uma excepção porque tenho um nó na garganta. Sei que não vou conseguir desfazê-lo mas preciso de escrever isto.
Já perdi pessoas que amava na minha vida. Já chorei por pessoas que nunca mais verei a não ser em foto. Que nunca mais tocarei. Cuja voz nunca mais ouvirei. Todos os dias penso nelas, embora algumas já tenham partido há tanto tempo que me custa reconstituir cá dentro o seu sorriso, o seu andar, o seu cheiro.
A cada vez que te visito, penso nelas e choro por elas. E também por ti e pelo teu anjo. E, desculpa-me se leres isto e se te vou magoar, mas tudo o que me apetece fazer é pegar no meu menino e na minha menina e apertá-los com toda a força do mundo junto a mim para que fiquem sempre comigo. Para sempre. Para sempre.
Desculpa-me, mãe que ainda não o foste mas para sempre o serás. Mas ao ler-te não consegui fazer mais nada. Peguei só nele, porque ela dormia. Levei-o ao café. Paguei-lhe o lanche que ele queria. Amei-o silenciosamente. Contemplei-o uma e outra vez. Deslumbrei-me vezes sem conta. Disse-lhe que o amava. Abracei-o. Retive as lágrimas. Agradeci a "deus" ou seja lá o que for. Continuo com um nó na garganta.

4/03/2006

Promoquê???!!!

Cada vez ando mais convencida de que anda meio mundo a tomar o outro meio por parvo. E não é mania da perseguição nem teoria da conspiração. Ou melhor, é como diz o outro, mas ao contrário, qualquer coisa do género "E olhe que isto não é verdade, é apenas publicidade"!
Eu já tinha reparado, porque há jámuitos anos que vou às compras, aos mais variados sítios, e porque este é irmão deste, que, quando numa grande superfície ou vulgar supermercado fazem uma promoção, aí é que a gente tem de abrir bem os olhos, ler as letras miúdas, verificar os preços, os pesos, as relações entre um e outro, virar o produto ao contrário, ler de trás prá frente e vice-versa, enfim, espetar bem as atenas e multiplicar as defesas do desconfiómetro porque normalmente os golpes de marketing determinam as seguintes equações:
hipótese a) dois pelo preço de um (ou pacote grande pelo preço de um mais pequeno). Tradução: os dois são mais pequenos que o normal ou o preço de um é tão elevado que mais valia comprar os dois em separado. Se mesmo assim compensa, é porque a data de validade termina amanhã e mais vale despachar ao desbarato que ficar com o produto em stock. Resultado: a malta fica pendurada com um produto estragado e que só resta deitar pró caixote.
hipótese b) feira disto ou daquilo. Tradução: "Bora lá apanhar estes otários desprevenidos. A gente pespega-lhes com uma série de produtos mascarados de grandes oportunidades mas que, na verdade, estão à disposição durante o ano inteiro arrumados nas respectivas prateleiras". Resultado: a malta vê os produtos todos juntos e julga que fartura é sinónimo de preços baixos. Na verdade, 95% das vezes o preço é precisamente o mesmo quando não é mais elevado. Foi o caso nas grandiosas banhadas chamadas "Feira do bebé" que todas as grandes superfícies fizeram recentemente e onde aproveitaram para nos impingir quantidades astronómicas de fraldas e toalhitas mais caras do que no dia-a-dia ( pelo menos a quem não foi munido de calculadora e perdeu horas preciosas a fazer contas de dividir e regras de três simples).
Mas o exemplo mais inacreditável aconteceu-me ontem e ainda estou de boca aberta, não só com o descaramento, como sobretudo com o espírito de rebanho do nosso povo. Dir-se-ia que anda tudo a dormir.
Pão de Açúcar das Amoreiras, corredor das batatas fritas de pacote e afins: múltiplos catrapázios anunciam a "grandiosa promoção". Trata-se das batatas fritas lays mediterrâneas, as tais que são fritas em azeite. Ora bem, se ainda não perdi totalmente a memória, nem o pouco juízo que me resta, as ditas-cujas custavam 1,15€ antes da dita promoção. Pois é, a preço de promoção custam... 1,25€! Não estou a brincar. E não vi mal. Juro. Mas, bem vistas as coisas, é uma mina: pega-se num produto já de si bem-sucedido. Acrescenta-se 10 cêntimos ao preço (vinte paus, ou seja, quase 10% de aumento). Dá-se-lhe o nome de promoção. E todos caem alegremente, achando ainda que estão a sair beneficiados. A prova é que quem passava, aproveitava para levar dois-pacotes-dois! Agora digam lá. Afinal, o crime compensa ou não?

3/29/2006

Bloga de vida

Eh pá, isto dos blogs tem mesmo muito que se diga! É que uma pessoa mete-se nisto e é como meter-se na droga: a malta já não consegue passar sem esta merda todos os dias, a malta ressaca, a malta quer mais, a malta aumenta as doses e esta cena deixa de bater, a malta já não faz mais nada, a malta deixa de trabalhar, de estudar, de comer, p'a estar aqui nesta cena, meu! (a ler com voz de "pintas", pf).
É que francamente, eu devia estar a trabalhar, tenho um monte de coisas pra fazer e estou aqui a blogar há não sei quanto tempo! Não existe um antagonista dos blogs? Tipo, a gente toma o antagonista e durante 24 horas ficamos impossibilitados de aceder? Não sei como é convosco, ó, inúmeros e incontáveis, mas eu já começo a sentir-me seriamente e irremediavelmente blogada. O sintoma que me alertou para esta preocupante situação - e por favor, alguém me diga se isto é normal, se já passaram pelo mesmo, ou se deverei procurar um psi o quanto antes - é dar por mim a blogar só com uma mão e segurar no bebé com a outra! Isto está a ficar grave!

3/24/2006

Alguém me explica

Alguém me explica porque é que se recomenda a amamentação exclusiva até aos seis meses de idade e a licença das mães só dura até aos quatro?
Alguém me explica porque é que todos os pediatras indicam a vacina contra a meningite meningogócica mas esta não está incluída no plano nacional de vacinação e custa mais de setenta euros?
Alguém me explica porque é que estão consagrados direitos da maternidade e da paternidade que até vêm descritos no buletim das grávidas e não são cumpridos?
Alguém me explica a quem são destinados esses direitos e quem beneficia deles?
Alguém me explica porque é que se recomenda aos pais que acompanhem as mães a consultas, ecografias e trabalho de parto e depois o acesso é-lhes vedado além de as empresas boicotarem sistematicamente a possibilidade de os homens assumirem o seu papel de pais antes e depois do nascimento dos seus filhos?
Alguém me explica porque é que as pessoas trabalham a recibos verdes cumprindo horários e obedecendo a chefias e não podem ficar doentes nem ir de férias e ainda são obrigadas a descontar para a segurança social?
Alguém me explica porque é que professoras estúpidas e retrógradas dão castigos ultrapassados às crianças e passam um ano inteiro a aterrorizá-las sem motivo algum apenas para descarregarem a sua frustração? E já agora porque é que têm emprego enquanto outras(os), muito mais competentes, andam a penar há anos? E já agora porque é que jornalistas incompetentes.....etc.....etc....etc....

3/21/2006

Portugal Burning - a saga continua

Os diários de distribuição gratuita têm destas coisas. Se, por um lado, publicam textos - e não só - de qualidade duvidosa - mas afinal, qual o jornal, ou órgão de comunicação que não o faz, nos tristes dias jornalísticos que vivemos? -, por outro, têm de facto a vantagem de ser lidos por muita, muita gente. Até mesmo por gente decente, quanto mais não seja porque vão a caminho do trabalho ou porque estão numa sala de espera ou a levar uma seca qualquer e é a única leitura à mão.
E não é que houve mais pessoas a indignar-se com a tal desastrosa missiva do tal descolorado Ricardo de Cascais! E que responderam ao indivíduo, de uma forma provavelmente até mais pedagógica do que a minha, que não seria decerto publicada se a tivesse enviado ao referido diário (destak). Senti-me algo aliviada. Não por haver gente que se indigna com indivíduos que se atrevem a exprimir tais atrocidades em praça pública, mas por se darem ao trabalho de responder. É que eu, sinceramente, já perdi a pachorra e deixei de responder ou sequer discutir. E como eu, muitos, provavelmente. Mas, pelos vistos, pode não estar tudo perdido...
Aproveito para apelar àqueles e àquelas que, imbuídos de um verdadeiro espírito de sacrifício, responderam ao descolorado indivíduo para que expliquem também a um velho conhecido meu que não há povos com Q.I. menores ou maiores que outros. É que o rapaz, que viajou recentemente até à Tailândia onde permaneceu cerca de quatro meses, jura a pés juntos que os tailandeses ("quando me explicaram isto é que eu fiquei a perceber porque é que os gajos são assim; é que os gajos são lentos, percebes?") têm apenas 90 de Q.I. ("sabes, o normal é 140"). Isto, para além de estar sinceramente convencido que não existe absolutamente nenhuma tailandesa que ande com um estrangeiro sem ser "para lhe sacar o guito. É que não há, percebes?!" Quando lhe respondi que não, que não percebia, lhe perguntei de onde vinham tais dados estatísticos e qual a sua credibilidade e rematei com um "desculpa lá, mas isso a mim soa-me a discurso racista e inconsequente", respondeu ultrajado: "Racista? Racistas são eles!"