Que existe um bófia frustrado em inúmeros portugas, eu já sabia. Tipos que deviam ter aproveitado quando bastava ter "mais de 18 anos e a 4ª classe" para fazer parte "do corpo da GNR". Ou da PSP. Ou da Guarda Fiscal. Ou do raio que os parta. Não são suficientemente velhos para terem sido chibos no tempo da outra senhora ou foram-no e não conseguem habituar-se a viver na era pós-25 de Abril porque precisam como de pão para boca de controlar a vida dos outros, sobretudo com o intuito doentio de os apanharem em falso, seja lá o que isso possa querer significar na sua mente torcida. Até há algum tempo, julgava eu que a categoria 'polícia de trânsito' era exclusiva dos homens de meia-idade. Constato esta semana que me enganava. Também as há mulheres. E piores que eles, pois se os primeiros gostam de se colocar 'a jeito' a verificar se sabemos mesmo fazer uma manobra como eles - ou melhor, na esperança mal disfarçada de que deixemos o carro ir abaixo ou que demos uma porrada bem assente nos automóveis vizinhos - mas raramente nos abordam a não ser para se armarem em arrumadores/instrutores de condução ("destroce, destroce, destroce, vira tudo!!!"), já elas ficam a ver e se temos o desplante de nos aproximar demasiado do carro da frente - que, por sinal, e pelo que me apercebo, é sempre delas - rosnam, ladram, ameaçam e só falta virem bater-nos muito embora nada, rigorosamente nada tenha acontecido ao seu(?) mui precioso veículo. Mulherzinhas feias, frustradas e desocupadas, não perdem uma ocasião para destilarem veneno há (decerto) muito acumulado. Como bófia já é feminino, a designação que lhes atribuo é chuias. Pobres chuias. Da telenovela do indefectível Aguinaldo, tiro a resposta para elas: "Fazendo o favor de se retirar, sua desinfeliz!!!"
A parte 2 do cap. I segue já, já a seguir...
6/20/2008
6/08/2008
Capítulo 1 - S. Paulo
Eu ia avisada. De que S. Paulo não era a mais bonita das cidades brasileiras. Que era grande de mais, confusa de mais, poluída. Quente de mais quando está calor, fria de mais quando está frio. Como se alguém pudesse acreditar que pudesse alguma vez estar frio nalgum canto do Brasil.
(Tem uma certa piada, esta expressão: "canto do Brasil": um país tão gigantesco terá lá cantos, para além dos musicais? E lembrou-me logo aquela música de uma telenovela dos velhos tempos, em que elas, as telenovelas, davam a horas em que as conseguíamos ver, a horas certas em que as conseguíamos gravar se porventura não estivéssemos em casa, do modo que as conseguíamos seguir... mas a música, a tal, rezava assim: "Isto aqui ohoh é um cantinho de Brasil yaya, desse Brasil que canta e é feliz - feliz - FELIZ!!!"... e por aí afora. Por acaso acho que até não era 'cantinho', mas sim 'pouquinho', mas como diz a outra "isso agora não interessa nada, menina!". Bom, adiante)
Então eu ia avisada mas as 36 horas passadas em S. Paulo foram, como vos dizia há dias, enormes e deliciosas. O que comprova a existência da metonímia na vida real. Ou será a sinédoque? Enfim, todos sabem que não há maior repositório de figuras de estilo do que a própria existência itself. Está bem, pronto, eu explico: enormes, pois a cidade é das maiores do mundo, certo? Deliciosas, já que S. Paulo tem fama de ser dos locais onde existem os melhores restaurantes. Infelizmente, não tive ocasião de comprovar este segundo aspecto, embora também não me possa, de maneira nenhuma, queixar. Aliás, se passasse mais algum tempo no Brasil, desconfio que viria de lá uma lontra. Voltemos, pois, a S. Paulo.
Enorme, mas não maravilhosa. Do aeroporto para o hotel pudemos avistar um bom número de favelas, mas também, e sobretudo, uma paisagem constante de subúrbios sem graça, prédios e mais prédios, casas e mais casas, nada que se destacasse porém, nem pela extrema miséria, nem pela opulência, nem mesmo por qualquer tipo de homogeneidade. Trânsito muito, mas nada de extraordinário.
Estávamos sediados nos Jardins, tidos como o bairro mais chique de tão grandiloquente cidade. Aqui também não me apercebi de nenhum edifício que realmente me impressionasse. Nem mesmo o hotel dito de luxo onde ficámos hospedados. Grande e confortável, mas, francamente, pouco surpreendente.
O dia terminou muito depressa após a nossa chegada, embora esta tivesse ocorrido a meio da tarde. O sol põe-se cedo em terras de Vera Cruz...
Acordámos cedo. Não foi difícil, tendo em conta as quatro horas que ganháramos sobre Portugal. Comecei por tomar um pequeno-almoço (ou melhor, "café da manhã") de hora e meia, entre pãezinhos, brioches e croissants, queijos, manteiga, um outro doce, frutas e sumos mas nada de ovos nem muito menos bacons ou outras carnes - que a vossa Calamity é muito tradicional no que ao pequeno-almoço diz respeito. Abundante, sim, mas continental.
Devo aproveitar para alertar os meus inúmeros e incontáveis mais susceptíveis de se melindrarem com questões alimentares para o facto de que deverão abter-se de ler as minhas postas das próximas semanas, uma vez que este será indubitavelmente um dos grandes temas - se não O Assunto Principal - das mesmas. Brasil é efectivamente sinónimo de comida. Haja estômago!
Haja intestinos, também, que, por mais que vários anos de prática mais ou menos regular de yoga tenham tornado os meus mais amiguinhos da da minha pessoa (ainda recordo com dor os sete dias - sete! inaugurais do meu desembarque na Cidade da Praia em que a ingestão quotidiana e insistente de papaia, abacate e outras iguarias supostamente estimulantes da tripa em nada contribuíram para desbloquear o nó que se foi formando no meu baixo-ventre, chegando ao ponto de temer explodir se passasse mais um dia ao largo da sanita), ainda assim a lei da proporcionalidade esteve longe de ser respeitada na relação ingestão/evacuação.
Mas deixemo-nos de conversas de merda.
Além disso, se, ao fim de quatrocentas e oitenta e nove linhas de texto ainda não consegui passar do pequeno-almoço, aliás, café da manhã do primeiro dia, quando, ó deus meu, quando, perguntais-me vós, inúmeros e incontáveis, voltarei eu a terras lusas? Provavelmente por alturas de ir de férias. Se férias houver.
Regressemos então, mais uma vez, a S. Paulo, por assim dizer.
A etapa seguinte levou-nos aos arredores da dita. A uma charmosíssima pequena vila chamada Embu. De visita a um formosíssimo mercado de artesanato que dá pela graça de Embu das Artes. Um deslumbramento. Ali gastei metade do orçamento para toda a semana. E se soubesse o que sei hoje teria gasto todo o dinheiro já que poucas mais compras me foram dadas fazer durante o resto da estadia e muito me arrependi de não as ter feito todas naquele fim-de-manhã, princípio de tarde passado entre os maravilhosos artefactos a preços da uva-mijona que me acenavam de tudo o que era banca.
Foi também no Embu das Artes que, após ter-me espontaneamente juntado a três dos meus companheiros de viagem - de quem, aliás, não desgrudei mais ao longo dos oito dias - travei conhecimento com a Dona Bete (Betty?) ...
(continua... ah pois é!..)
PS: Estrelinha de mi corazón! Privatizastis? E não mi convidastis? Ou andas com isso outra vez pra trás e pra frente, a bêm dizêri?
(Tem uma certa piada, esta expressão: "canto do Brasil": um país tão gigantesco terá lá cantos, para além dos musicais? E lembrou-me logo aquela música de uma telenovela dos velhos tempos, em que elas, as telenovelas, davam a horas em que as conseguíamos ver, a horas certas em que as conseguíamos gravar se porventura não estivéssemos em casa, do modo que as conseguíamos seguir... mas a música, a tal, rezava assim: "Isto aqui ohoh é um cantinho de Brasil yaya, desse Brasil que canta e é feliz - feliz - FELIZ!!!"... e por aí afora. Por acaso acho que até não era 'cantinho', mas sim 'pouquinho', mas como diz a outra "isso agora não interessa nada, menina!". Bom, adiante)
Então eu ia avisada mas as 36 horas passadas em S. Paulo foram, como vos dizia há dias, enormes e deliciosas. O que comprova a existência da metonímia na vida real. Ou será a sinédoque? Enfim, todos sabem que não há maior repositório de figuras de estilo do que a própria existência itself. Está bem, pronto, eu explico: enormes, pois a cidade é das maiores do mundo, certo? Deliciosas, já que S. Paulo tem fama de ser dos locais onde existem os melhores restaurantes. Infelizmente, não tive ocasião de comprovar este segundo aspecto, embora também não me possa, de maneira nenhuma, queixar. Aliás, se passasse mais algum tempo no Brasil, desconfio que viria de lá uma lontra. Voltemos, pois, a S. Paulo.
Enorme, mas não maravilhosa. Do aeroporto para o hotel pudemos avistar um bom número de favelas, mas também, e sobretudo, uma paisagem constante de subúrbios sem graça, prédios e mais prédios, casas e mais casas, nada que se destacasse porém, nem pela extrema miséria, nem pela opulência, nem mesmo por qualquer tipo de homogeneidade. Trânsito muito, mas nada de extraordinário.
Estávamos sediados nos Jardins, tidos como o bairro mais chique de tão grandiloquente cidade. Aqui também não me apercebi de nenhum edifício que realmente me impressionasse. Nem mesmo o hotel dito de luxo onde ficámos hospedados. Grande e confortável, mas, francamente, pouco surpreendente.
O dia terminou muito depressa após a nossa chegada, embora esta tivesse ocorrido a meio da tarde. O sol põe-se cedo em terras de Vera Cruz...
Acordámos cedo. Não foi difícil, tendo em conta as quatro horas que ganháramos sobre Portugal. Comecei por tomar um pequeno-almoço (ou melhor, "café da manhã") de hora e meia, entre pãezinhos, brioches e croissants, queijos, manteiga, um outro doce, frutas e sumos mas nada de ovos nem muito menos bacons ou outras carnes - que a vossa Calamity é muito tradicional no que ao pequeno-almoço diz respeito. Abundante, sim, mas continental.
Devo aproveitar para alertar os meus inúmeros e incontáveis mais susceptíveis de se melindrarem com questões alimentares para o facto de que deverão abter-se de ler as minhas postas das próximas semanas, uma vez que este será indubitavelmente um dos grandes temas - se não O Assunto Principal - das mesmas. Brasil é efectivamente sinónimo de comida. Haja estômago!
Haja intestinos, também, que, por mais que vários anos de prática mais ou menos regular de yoga tenham tornado os meus mais amiguinhos da da minha pessoa (ainda recordo com dor os sete dias - sete! inaugurais do meu desembarque na Cidade da Praia em que a ingestão quotidiana e insistente de papaia, abacate e outras iguarias supostamente estimulantes da tripa em nada contribuíram para desbloquear o nó que se foi formando no meu baixo-ventre, chegando ao ponto de temer explodir se passasse mais um dia ao largo da sanita), ainda assim a lei da proporcionalidade esteve longe de ser respeitada na relação ingestão/evacuação.
Mas deixemo-nos de conversas de merda.
Além disso, se, ao fim de quatrocentas e oitenta e nove linhas de texto ainda não consegui passar do pequeno-almoço, aliás, café da manhã do primeiro dia, quando, ó deus meu, quando, perguntais-me vós, inúmeros e incontáveis, voltarei eu a terras lusas? Provavelmente por alturas de ir de férias. Se férias houver.
Regressemos então, mais uma vez, a S. Paulo, por assim dizer.
A etapa seguinte levou-nos aos arredores da dita. A uma charmosíssima pequena vila chamada Embu. De visita a um formosíssimo mercado de artesanato que dá pela graça de Embu das Artes. Um deslumbramento. Ali gastei metade do orçamento para toda a semana. E se soubesse o que sei hoje teria gasto todo o dinheiro já que poucas mais compras me foram dadas fazer durante o resto da estadia e muito me arrependi de não as ter feito todas naquele fim-de-manhã, princípio de tarde passado entre os maravilhosos artefactos a preços da uva-mijona que me acenavam de tudo o que era banca.
Foi também no Embu das Artes que, após ter-me espontaneamente juntado a três dos meus companheiros de viagem - de quem, aliás, não desgrudei mais ao longo dos oito dias - travei conhecimento com a Dona Bete (Betty?) ...
(continua... ah pois é!..)
PS: Estrelinha de mi corazón! Privatizastis? E não mi convidastis? Ou andas com isso outra vez pra trás e pra frente, a bêm dizêri?
6/02/2008
Sim, sim! Eu disse que voltava e volto!
E eis se não quando os meus inúmeros e incontáveis já acham que me pirei de novo ou quiçá me tenha perdido pelas ruas do Rio enquanto me armava em garota de Ipanema... Pois bem, infelizmente, não. Pior ainda, estou de volta ao bulício alfacinha. Mas o prometido é devido e irei compartilhar os melhores momentos desta viagem inesquecível. Não consegui fazê-lo enquanto lá estava, pois trabalhei como uma condenada e dormir foi quase mentira.
Estou, pois, de volta, mas ainda em estado de choque atacada por jet-lag, trabalhos para entregar e, last but not the least, duas criancinhas sedentas da presença de sua mãe.
Contudo, não quis deixar de dar aqui uma saltada para reforçar a promessa. I'll be back. Mais cedo do que esperais, inúmeros e incontáveis, a vossa Calamity voltará à carga com a reportagem completa do périplo, incluindo entrevistas com celebridades, eventos sociais, visita ao Projac, mercados e feiras de artesanato, hotéis de luxo, ônibus cariocas, tour alucinante de táxi, parada gay, aviões da tam e da tap e variadíssimos apontamentos de análise, crónica e crítica com o bem conhecido de vossas excelências espírito de síntese que me caracteriza. Mi aguardem!!!
Estou, pois, de volta, mas ainda em estado de choque atacada por jet-lag, trabalhos para entregar e, last but not the least, duas criancinhas sedentas da presença de sua mãe.
Contudo, não quis deixar de dar aqui uma saltada para reforçar a promessa. I'll be back. Mais cedo do que esperais, inúmeros e incontáveis, a vossa Calamity voltará à carga com a reportagem completa do périplo, incluindo entrevistas com celebridades, eventos sociais, visita ao Projac, mercados e feiras de artesanato, hotéis de luxo, ônibus cariocas, tour alucinante de táxi, parada gay, aviões da tam e da tap e variadíssimos apontamentos de análise, crónica e crítica com o bem conhecido de vossas excelências espírito de síntese que me caracteriza. Mi aguardem!!!
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