Há pessoas que parecem ter perdido - tê-la-ão tido alguma vez? - a capacidade de se emocionarem com as pequenas coisas. Que nada parece arrancar da sua complacência, da sua placidez. Da sua postura blasée. Indiferentes a tudo o que de trivial as rodeia. Não as entendo. E sobretudo, assustam-me.
Pois que seria de mim se não fosse o espanto e o assombro do quase nada? Como poderia eu viver sem essa maravilhosa ainda que traiçoeira dádiva de me comover perante as banalidades da existência? De vibrar com a visão de uma simples nuvem? De sorrir à conta de uma lágrima furtiva. De chorar pela sugestão apenas de um sorriso?
Arrepiar-me com uma lamechice qualquer. Encher-me de ternura e gratidão pelas cores do ocaso, destilar todos os humores do meu corpo pela intensidade de uma entrega. Amar sempre como se colhe uma flor. Sofrer com devoção. Dançar sob a chuva e ansiar na pele pela mordedura ácida do sol...
A Arte e a Natureza são o que nos aproxima do divino. São a certeza implacável de um desígnio grandioso e primordial. São elas a essência e a verdade. O único, secular e derradeiro sentido da vida.
Pois que seria de mim se não fosse o espanto e o assombro do quase nada? Como poderia eu viver sem essa maravilhosa ainda que traiçoeira dádiva de me comover perante as banalidades da existência? De vibrar com a visão de uma simples nuvem? De sorrir à conta de uma lágrima furtiva. De chorar pela sugestão apenas de um sorriso?
Arrepiar-me com uma lamechice qualquer. Encher-me de ternura e gratidão pelas cores do ocaso, destilar todos os humores do meu corpo pela intensidade de uma entrega. Amar sempre como se colhe uma flor. Sofrer com devoção. Dançar sob a chuva e ansiar na pele pela mordedura ácida do sol...
A Arte e a Natureza são o que nos aproxima do divino. São a certeza implacável de um desígnio grandioso e primordial. São elas a essência e a verdade. O único, secular e derradeiro sentido da vida.