11/15/2007
Nada
Sinto-me vazia. Sem assunto para escrever e de palavras gastas. Acabei de terminar mais uma correria de vários dias a cortar, colar, trocar, esticar e encolher vocábulos sobre questões alheias. À minha vontade e ao meu interesse. Não conseguir alinhar dois parágrafos dos quais sinta orgulho. Esperar por gente que se atrasa e não poder ir embora. Não poder fazer o mesmo sob pena de não esperarem por mim. Estar com os miúdos meia-hora por dia. Procurar em vão um par de meias no armário. Uma camisola que combine com a t-shirt e que aqueça na rua. Uma t-shirt que não destoe das calças e suficientemente fresca para os 30 graus da redacção. Umas calças que não pareçam ter sido adquiridas em 1983. Conseguir chegar a casa antes das dez da noite e sentir que não estou a fazer ali nada. Estar só no meio da multidão. Não pertencer a lugar algum. Ter saudades do futuro. Ansiar pelo que nunca tive e lamentar o que deixei para trás. Desejar outra coisa. Desejar desejar. Querer querer. Querer mais. Querer menos. Querer sair. Viajar. Conhecer. Querer entrar. Dormir. Acordar. Dormir. O inverno está a chegar e sinto-me vazia.
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15 comentários:
Resposta ao Tempo
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento...
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo...
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei...
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos...
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto...
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver...
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer...
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto...
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver...
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer...
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer...
Voz: Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos
Ouve a música tá?
Ventos e inventos página 62
Prá sua criança interior
Menina
O que tu não tens é espaço para o AR dentro de ti.
Tens tanta coisa boa que ocupa todo esse espaço e que ainda é suficiente para dar ao outro.
Desejar e querer é bom e sinal que se está vivo e que o sangue pulsa e nos estoura as veias.
O teu texto so me fez lembrar a musica do Antonio Variacoes.
"so estou bem onde nao estou" podia ser o meu lema de vida :)
Identifico-me demais com o que escreveste. Nao sei se isso e bom ou pessimo.
Animo miuda. Dias de Sol sao raros, mas fundamentais durante o Inverno
bjos da california (SOL...)
Lembras-te daquele comentario que fizeste ao rasgar o peito e abrir o externo? E precisamente isso, o que ha e tanto que fica ali entupido que parece que nao ha nada.
Beijos
:(
Um beijinho para ti
CJ, desculpa, mas n posso deixar de gostar do texto em si, e mto. Já o conteudo te desejo q em breve possa ser dieferente.
Escreves bem, mas preocupas-me moça bonita até dizer chega...
Fico com o coração amachucado.
Anda mas é morar comigo. :D Muitas vezes em sintonia estaríamos de certeza. Vezes demais.
Luz de Estrelas
Ah, minha linda! Que canseira. Muita. Dias mais leves, desejos mais realizáveis, tempos mais generosos. Para ti. Abraço bem apertado.
E um abraço quente, daqueles q parecem durar uma eternidade, as vezes é o suficiente para aquecer mais do q a T-Shirt...
Um desses, para ti.
chuack!
Uff, é o que consigo escrever depois de ler este texto, mas acredita que o Sol está aí mesmo que as nuvens não o deixem brilhar e eu tenho a certeza que o teu sol brilha e muito
beijocas
mmm
tas a precisar de sair mais, parece-me....
todos nos sentimos assim por vezes, e o inverno nao ajuda.
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