12/26/2008

E mais estes...

O Natal foi ontem, mas estes 'presentes' já estavam em marcha desde o início de Novembro, de modos que aqui estão os restantes premiados com o bendito dardo... Onde é que eu ia, mesmo?

Carlota, o teu bom gosto e sentido estético são um bálsamo para os olhos e não só. Cuidas do teu tasco com o carinho com que um jardineiro trata do seu jardim e foste capaz de o tornar num must. Sei que arranjarás um recanto jeitoso para colocar este dardo que te dou.

Sinapse, tenho saudades de te ler e de ver com mais frequência por aí (e por aqui!). És uma mulher cosmopolita e possuis alma de repórter. Tens sempre algo de interessante para dizer/contar e fotos lindas ou peculiares para partilhar. Segue um dardo direitinho para os States...

Allo, Cool, minha contemporânea. És a confirmação da qualidade desta safra (69). Admiro-te porque consegues ter três filhas, manter o nível de actividade, divertir-te qb e ainda estar sempre em cima do acontecimento. És uma mulher atenta, do teu tempo e tens sempre uma ligação html para dar a conhecer à malta. Contigo, a blogosfera é um livro aberto.

Flores, o teu Frald(i)ário é um dos registos mais honestos e lúcidos da chamada 'babyblogosfera'. 'Conheço-te' há relativamente pouco tempo mas gosto de ti. Mais, és das minhas, minha!

Aenima, minha menina. Sinto-te muito murchinha. Gostava de reencontrar a Aenima mordaz e acutilante de tempos não assim assim tão recuados. Volta, amiguinha.

Shark, a mais recente aquisição aqui do tasco. Contigo, nem houve tempo para estranhezas. Entranhei-te logo. És dos (muito poucos, mesmo) que visito incondicionalmente assim que posso carregar noutra ligação para além do email. As cabras do teu curral são também das minhas, mas já receberam o prémio, bem merecido, por sinal. Serve, ao que parece, o Dardos" para, entre outras coisas, ampliar os nossos horizontes na imensa blogosfera e sendo assim, reiterar o galardão não faz sentido. Além disso, tenho um fraquinho por tubarões meigos. ( E, aqui entre nós, estou desconfiada que fomos irmãos numa encarnação anterior...).

Havia mais gente que eu gostaria de contemplar com este prémio (e ainda três dardos a atribuir, segundo as regras do dito, ler nota de 'rodapé') mas não o farei. Uma das candidatas abandonou o blog há cerca de dois meses e nem sabe que sou cliente do tasco dela. Tenho pena de a ter descoberto tardiamente mas vou espreitando e se ela voltar dar-lhe ei um dos dardos que sobra. Outra é ainda demasiado recente e não me sinto em pé de igualdade com ela, uma vez que eu sei quem ela é mas ela ignora totalmente quem eu seja. Enquanto a 'igualdade' não for reposta parece-me desadequado premiá-la. Embora, lá está, também o mereça. Outra(o)s já 'desertaram a blogosfera há mais tempo. Mencionei-os na posta anterior e só me resta desejar que 2009 seja o ano do seu regresso pois fazem muita falta por aqui. Há uns tempos, li por aí que "esta é a verdadeira comunidade". Infelizmente já acreditei mais nisso que neste preciso instante, mas pode ser que volte a senti-lo...

"Until then, good night" (e bom ano, se não nos virmos antes)

Notinha de rodapé:

Regulamento do Prémio Dardos

"Com o Prémio Dardos reconhecem-se os valores que cada bloguer emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, entre suas palavras. Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os bloguers, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.
As regras para receber o prémio:
1) Exibir a imagem do selo;
2) Linkar o blog pelo qual recebeu a indicação;
3) Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos;
4) E avisar todos, claro!"

(Bute lá então...)

12/19/2008

... And the nominees are...




Pois é, inúmeros e incontáveis! A vossa Calamity é como a justiça divina: tarda mas não falha. E como nesta altura do campeonato já devo ser a ú nic(ltim)a premiada da blogosfera a não ter ainda redistribuído os dardos, vou finalmente acabar com o suspense - já houve tempos em que a estratégia rendia, já... - e tratar de passar a batata quente. E digo batata quente porque teria sido muito mais fácil arranjar 15 premiados-15 no 'meu' tempo, ou seja, quando os inúmeros e incontáveis mantinham (regularmente) os seus tascos e era eu que andava desaparecida em combates inglórios pelo mundo real. Dias em que a Azulinha, a Horas Vagas, a Repolha, o Anjo, a Chiqui, andavam no activo. Em que o Melão e a Aenima postavam com frequência que se visse. Em que a CK era visitada e comentada com a afluência que merece. Mas enfim, as coisas são como são, e, como diz o poeta e eu li há umas semanas (quando escrevi esta posta) no tasco da Frenética "Outra maré cheia virá da maré vaza...", pelo menos a malta tem de acreditar que assim é, caso contrário andamos a bater com a cabeça nas paredes, o que não é bom para as ditas que já não se fazem como antigamente e hoje em dia desmoronam por tudo e por nada. Com coisinhas poucas como simples cabeçadas...
Vamos então a eles, aos prémios, que já se faz tarde e o tempo ruge, como dizia o outro, e além disso os meus 17 leitores, que é como diz, os inúmeros e incontáveis, querem seguir para a próxima paragem, que é como quem diz o próximo link html.

Se há alguém por quem vale a pena continuar aqui - acho até que postaria só por ela, assim como deixaria a blogosfera no dia em que ela fosse embora, esse alguém é a Estrelinha. Sobre ela disse um dia: (...) "Uma das pontinhas fazia-se sentir à distância, mas a presença dela era tão, mas tão forte que sinto desde então que ela sempre esteve lá. Até hoje, n ão lhe senti a consistência do abraço, mas conheço-lhe a composição da matéria. Verdadeira poeira de estrela. Luz capaz de trespassar a distância e a escuridão." (...) O primeiro dardo é teu, minha querida.

Uma pessoa que me põe frequentemente a pensar e me suscita postas a torto e a direito é sem dúvida a Frenética (muito embora me sinta algo abandonada por ela nos últimos tempos, chuifff...). Aqui vai o teu dardo, Fren. És das pessoas mais sensatas da 'minha blogosfera', embora te autointitules frenética. Para mim és um modelo de estabilidade. És simples, sincera e sensível. Três esses na tua esssência, amiga. (E não te linco por que sei que não o desejas...)

Loira, não podias faltar às nomeações. Como eu, nem sempre és muito constante por aqui, mas há postas tuas que compensam as mais longas ausências. És frontal, directa, mas também emotiva, madura e divertida. És também uma verdadeira amiga em que se pode confiar e com quem se pode contar, o que hoje em dia é uma raridade, tanto na vida real como na virtual. E adoro-te.

CK, tens andado muito arredada aqui do antro da Calamitosa e que posso eu dizer-te?! Fazes-me falta, gaija. Os teus tomates bem no sítio, o teu comentário certeiro, o teu sentido de humor fazem parte da 'minha blogosfera' quase desde o início e sem dúvida que isto sem ti perde pelo menos 3/4 da piada. E acho-te um tanto murchinha... Será que o casamento te modificou? Ou é da crise? Gostaria de te ver/sentir mais feliz :-) Foste tu, aliás, que me rebaptizaste Calamitosa. E que adoptaste o meu 'rachtaparta' no teu linguajar... Toca a arrebitar, amiga!

E quem diz CK, diz Melão, já que foi através dela que conheci este fruto... Que posso dizer-te, rapaz, que não tenha já tre-dito na tua própria caixa? És a sensibilidade humana em forma de blog. Gosto mesmo de ti, de quem és. A tua essência transparece em cada palavra, em cada posta tua e transcende em muito a blogosfera. És daqueles que nos fazem sentir que vale a pena andar por aqui. Também tenho sentido a tua falta...

Pitucha, a tua escrita é sem dúvida uma das revelações que este mundinho me trouxe. 'Invejo' o teu poder de síntese e revejo-me (tanto!) na tua impaciência perante os condutores moles. Ora aí está algo que eu eliminaria de bom grado das ruas da cidade e das estradas públicas. Não lhes tirava a carta mas limitava a sua circulação aos caminhos particulares...

(to be continued)

12/11/2008

"A mãe deixou cair o jantar e depois chorou"

O mês de Dezembro é particularmente stressante. Além da confusão natalícia, à qual, diga-se de passagem, nem sequer me associo muito, há os aniversários dos dois calamitosos e o meu, para além dos dias muito curtos, frios e chuvosos que me deixam especialmente em baixo e/ou irritadiça. Depois, o maldito trânsito. Ir a Campo de Ourique (o que faço quase todos os dias) nesta altura do ano é um verdadeiro suplício para quem tenha de deslocar-se de automóvel (o que é o meu caso) e o queira fazer com relativa rapidez (sem dúvida eu, embora de todo impossível).
Os condutores natalícios são uma raça que devia ser exterminada. Conseguem ser vinte vezes mais exasperantes do que o pior dos condutores de domingo, incluindo aqueles de chapéu, os que passaram a manhã toda a polir a viatura que por sua vez dormiu a semana inteira escrupulosamente coberta por um oleado de corpo inteiro... Adiante. Odeio o bulício naftalino, detesto esta azáfama histérico-consumista, abomino as filas para estacionar, desestacionar, pagar uma merda de um pacote de manteiga num qualquer supermercado, a música de natal no Centro Comercial das Amoreiras, o povinho embasbacado frente às montras, acotovelando-se nas lojas chinesas para conseguir as pechinchas mais parecidas com artigos de griffe. Entro em descompensação quando ouço na TV aquelas cantilenas intermináveis em torno do mesmo hipnótico assunto: compre, compre, compre. Dois pelo preço de um, três pelo preço de quatro, meia-dúzia porque o prazo acaba já amanhã mas isso não interessa nada, o que é preciso é consumir, a malta tem é de gastar dinheiro, que é o que nos faz sentir vivos, ah pois é, mesmo que se chegue a casa duas horas depois do previsto e com tudo por fazer, cozinha num esterco, jantar por inventar, à beira de um ataque de nervos e com os putos numa excitação incontrolável.
Pois foi mesmo assim que a vossa Calamity alcançou o doce lar ontem à noite, quer dizer, pouco passava das 19h00 e não vinha das compras, vinha sim, de tentar passar incólume por todo o delírio à minha volta e até tinha conseguido contornar a necessidade de ir ao supermercado e enfrentar dez pessoas em cada caixa por duas simples postas de peixe, porque tinha trazido de casa dos meus pais uma bela posta de bacalhau já assada, posta essa que pretendia desfazer para cima de um refogado de cebola, azeite e alho, ao qual iria acrescentar uns espinafres e umas batatas que já estavam cozinhados no frigorífico. Uma magnífica meia-desfeita, pois então, que ia ficar pronta num instantinho, não obstante o verdadeiro pânico em que se encontrava a cozinha e o estado da minha filha que se assemelhava a um gremlin provindo de Marte (que, toda a gente sabe, é o planeta de onde vêm os homens e também o nome do deus da guerra na mitologia romana e mais não digo).
Pespego então com a catraia na sala em frente ao abençoado VHS dos Três Porquinhos que conservei religiosamente de uma cria para a outra, despacho a loiça suja e os balcões à velocidade da luz e começo a confeccionar o petisco cerca das 19h30, enquanto dizia de mim para comigo que, finalmente, this is the day, vou conseguir dar banho e de comer a esta criatura às horas que preconizo e antes das nove da noite estará no segundo sono ou eu não me chame Calamity Jane.

Pois bem, a verdade é que não me chamo Calamity Jane (e desde já, as minhas mais sentidas desculpas a todos os inúmeros e incontaveis que neste momento estão inconsoláveis com esta terrível revelação).
A cebola em meias-luas já dourava na frigideira, acompanhada do alho e eu debatia-me com o dilema de querer saltear ligeiramente as batatas antes de colocar as lascas de bacalhau, mas de, ao mesmo tempo, precisar de aproveitar a gordura do bacalhau para que o resto não pegasse e enquanto me ponho colocar umas e outras de forma estratégica para conseguir todos os meus intentos de forma concertada, eis se não quando deixo escapar uma ridícula partículo do precioso peixe para sobre o imaculado fogão

( e antes que me chamais a atenção para a aparente contradição entre o que estou a afirmar agora e o facto de ter alegado que a cozinha se encontrava em risco de ser chumbada pela ASAE, direi em minha defesa que, efectivamente, o fogão era a única superfície da divisão que parecia um espelho de tão limpo - agora já não é o caso, mas enfim, já ides perceber...)

e, obsessiva como sou e tenho mais é que admitir, resolvo - ó atrasada mental!!! - apanhar a referida migalha para a colocar de novo na dita-cuja frigideira que, na delicada manobra, escorrega e, tal pão de pobre já devidamente amanteigado, e confirmando definitiva e inequivocamente a famigerada Lei de Murphy, se estatela toda junta no meio do chão, óbvia e totalmente virada para o lado de baixo, arruinando sem dó nem piedade o almejado e já cheiroso jantar e com ele a minha alma em cacos.

Podeis rir, inúmeros e incontáveis, mas eu chorei. Sentei-me no chão (nojento) da cozinha e solucei como um bebé. E veio o meu menino consolar-me e oferecer-me a sua ajuda, que recusei. Amoroso, usando todos os ternos argumentos que coleccionou em quase onze anos de existência com as respectivas crises para me colocar de novo um sorriso nos lábios. E veio a minha menina e era nítida a sua aflição com a mãe chorosa. "O que tens mãe, o que foi? Porque estás a chorar?" E vieram ambos com rolos e rolos de papel higiénico nas mãos, querendo absorver com ele toda a tristeza do universo (e tê-lo-iam feito, não duvido, fá-lo-ão com toda a certeza). "Não faz mal, mãe, já passou"...

E claro que passou. Claro que se arranjou jantar. Claro que ficou óptimo e toda a gente se deliciou (pronto, a quantidade já não foi tão abundante, mas ninguém ficou com fome). Claro que se limpou o chão e as lágrimas. Claro que a MiniCalamity se deitou já depois das nove. Com mimos, história e duas chuchas, como todas as noites. E claro que hoje de manhã lhe custou a acordar embora não tanto como eu esperava.

E, enquanto tomávamos ambas o pequeno-almoço à mesa da cozinha, o filme da véspera veio à tona. Afinal, uma história simples de contar, nas palavras de uma menina, sem adjectivos nem floreados:

"A mãe deixou cair o jantar e depois chorou"...

Palavras para quê?

Votem, divulguem, participem. Não é nada convosco? Think again...

12/02/2008

Inocência minicalamitosa

Mini CJ (da cozinha) : - Ó mãe?!
Calamity (da casa-de-banho) : - Diz, filha.
Mini CJ: - Tás a fazê cócó?
Calamity: - Estou sim, filha.
Mini CJ: - Espera aí que eu vou limpar-te o rabinho...