5/10/2006
Elegia para uma Gaivota
Morreu no Mar a gaivota mais esbelta,
a que morava mais alto
e trespassava de claridade
as nuvens mais escuras com os olhos.
Flutuam quietas, sobre as águas, suas asas.
Água salgada, benta de tantas mortes angustiosas, aspergiu-a.
E três pás de ar pesado para sempre as viagens lhe vedaram.
Eis que deixou de ser sonho apenas sonhado
É finalmente sonho puro,
sonho que sonha finalmente, asas que dorme voos.
Canto dos pescadores, embalai-a! Versos dos poetas, embalai-a!
Brisas, peixes, marés, rumor das velas, embalai-a!
Há na manhã um gosto vago e doce de elegia,
tão misteriosamente, tão insistentemente,
sua presença morta em tudo se anuncia.
Ela via, sereninha e muito branca.
E a sua morte simples e suavíssima
é a ordem-do-dia na praia e no mar alto.
Sebastião da Gama
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6 comentários:
enriqueceste a minha noite...
obrigada...
não sei se comente assim: :( ou assim: :)
um misto dos dois, percebes?
;)
Muito muito muito...muito bonito. Muito muito muito terno e triste. Um beijinho muito muito muito grande
resposta ao teu comentário no meu blog, sobre as horas que post e comento!!!!
as horas de lá estão mm certas!!!
digamos que a noite é a minha companheira e que é nela que me sinto bem, por isso não gosto de dormir com ela, gosto mais de dormir com a manhã!
bjs
:))
Onde estás?
Estou como a Zuza...
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