Cada vez ando mais convencida de que anda meio mundo a tomar o outro meio por parvo. E não é mania da perseguição nem teoria da conspiração. Ou melhor, é como diz o outro, mas ao contrário, qualquer coisa do género "E olhe que isto não é verdade, é apenas publicidade"!
Eu já tinha reparado, porque há jámuitos anos que vou às compras, aos mais variados sítios, e porque este é irmão deste, que, quando numa grande superfície ou vulgar supermercado fazem uma promoção, aí é que a gente tem de abrir bem os olhos, ler as letras miúdas, verificar os preços, os pesos, as relações entre um e outro, virar o produto ao contrário, ler de trás prá frente e vice-versa, enfim, espetar bem as atenas e multiplicar as defesas do desconfiómetro porque normalmente os golpes de marketing determinam as seguintes equações:
hipótese a) dois pelo preço de um (ou pacote grande pelo preço de um mais pequeno). Tradução: os dois são mais pequenos que o normal ou o preço de um é tão elevado que mais valia comprar os dois em separado. Se mesmo assim compensa, é porque a data de validade termina amanhã e mais vale despachar ao desbarato que ficar com o produto em stock. Resultado: a malta fica pendurada com um produto estragado e que só resta deitar pró caixote.
hipótese b) feira disto ou daquilo. Tradução: "Bora lá apanhar estes otários desprevenidos. A gente pespega-lhes com uma série de produtos mascarados de grandes oportunidades mas que, na verdade, estão à disposição durante o ano inteiro arrumados nas respectivas prateleiras". Resultado: a malta vê os produtos todos juntos e julga que fartura é sinónimo de preços baixos. Na verdade, 95% das vezes o preço é precisamente o mesmo quando não é mais elevado. Foi o caso nas grandiosas banhadas chamadas "Feira do bebé" que todas as grandes superfícies fizeram recentemente e onde aproveitaram para nos impingir quantidades astronómicas de fraldas e toalhitas mais caras do que no dia-a-dia ( pelo menos a quem não foi munido de calculadora e perdeu horas preciosas a fazer contas de dividir e regras de três simples).
Mas o exemplo mais inacreditável aconteceu-me ontem e ainda estou de boca aberta, não só com o descaramento, como sobretudo com o espírito de rebanho do nosso povo. Dir-se-ia que anda tudo a dormir.
Pão de Açúcar das Amoreiras, corredor das batatas fritas de pacote e afins: múltiplos catrapázios anunciam a "grandiosa promoção". Trata-se das batatas fritas lays mediterrâneas, as tais que são fritas em azeite. Ora bem, se ainda não perdi totalmente a memória, nem o pouco juízo que me resta, as ditas-cujas custavam 1,15€ antes da dita promoção. Pois é, a preço de promoção custam... 1,25€! Não estou a brincar. E não vi mal. Juro. Mas, bem vistas as coisas, é uma mina: pega-se num produto já de si bem-sucedido. Acrescenta-se 10 cêntimos ao preço (vinte paus, ou seja, quase 10% de aumento). Dá-se-lhe o nome de promoção. E todos caem alegremente, achando ainda que estão a sair beneficiados. A prova é que quem passava, aproveitava para levar dois-pacotes-dois! Agora digam lá. Afinal, o crime compensa ou não?
4/03/2006
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2 comentários:
Essa tb está boa... e acho que se chama roubo (ou sou eu que sou uma exagerada???). Há tempos numa dessas feiras de bebés eu e o meu gajo tentavamos fazer contas (sim porque esta coisa de fraldas tem mt que se lhe diga...) a um pacote supostamente em promoção. Valeu-nos a senhora da secção que foi uma querida e chamou-nos a atenção para dois que ficavam mais baratos do que o de promoção... pela simples razão que os dois tinham mais fraldas que o pacote de promoção - e ainda era uma diferença de 3 ou 4 euros. Espero é que a senhora não tenha sido apanhada pelo patrão ;)
É o que dá não termos tempo para andar com a tal calculadora em riste. O nosso cérebro só lê a palavra promoção e apaga o resto. A culpa é nossa, realmente. É que os sehores que pensam a estratégia sabem bem como funciona o preguiçoso cérebro humano ;) Larápios!
*Obrigada por teres ido ao meu blog. Estou mais descansada
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