12/27/2010

Natal é quando* uma gaija quiser

O Nada Como Realmente deseja a todos os inúmeros e incontáveis um Santo e Feliz Natal e um fantástico ano de 2012




(* e onde) (foto daqui)

12/16/2010

As minhas angústias e alergias de A a Z (uma posta politicamente incorrecta)

A - Ajudar. Ajude os pobrezinhos, os desavindos, os desabridos, as criancinhas, os velhotes, as mulheres com candidíase vaginal, os homens com chatos, os putos com piolhos, os piolhos dos putos, as pulgas dos cães, as caraças dos gatos. E a mim, quem é que me ajuda?

Austeridade. Sim, mas selectiva...

B - Bancos. Eu cá actualmente sou roubada mais directamente pelo BPI e pelo Banif. Antes era roubada pelo Santander. Antes ainda fui roubada pelo Banco de Comércio e Indústria, que já não existe. Paz à sua alma... Na altura ninguém me pediu para o salvar, mudaram-lhe só o nome e o roubo prosseguiu. Também já fui roubada pela CGD, pelo Montepio e salvo erro foi tudo. E vocês, inúmeros e incontáveis? Por que banquinho são roubados?

Book. Face. Cara de livro. Enquanto temos todos a cara metida no livro não damos pelo que se passa mesmo debaixo dos nossos narizes. Ou será que damos.

C - Competitividade. Se oiço mais uma vez esta palavra não respondo por mim. Competir por quê? Para quê? Contra quem? Em nome do quê?

Crise. Antigamente eram cíclicas.

Caridadezinha. Actualmente há quem lhe chame solidariedade.

D - Dívida. Diz que é Soberana. Eu cá já disse: vendo a minha. Baratinho.

E - Esperança. Vai escasseando.

Europa. Eu quê?

F - Flexibilidade. Já fazemos a espargata e até já damos a volta. Mais que isto só naquele filme, A Morte fica-vos Tão Bem...

G - Grunhir. É o que me apetece quando vejo o telejornal. E quando oiço rádio. E quando leio o jornal. E quando ligo o facebook. E quando saio à rua.

Greve - Eu fiz mas há quem diga que não serve para nada. Em Atenas fizeram ontem a 7ª geral num ano e aquilo está a pegar fogo. Mas pode ser que não sirva para nada.

H - História. Segundo Marx é a da luta de classes. Excepto quando uma das partes se rende. Será?...

Humanos. Alguns de nós. Ainda.

I - IVA - Aumenta-se e está tudo resolvido. Põe-se a malta a cobrá-lo e a preencher a papelada e é uma maravilha.

Inacreditável. A realidade.

Imprensa. Em tempos o 4º Poder. Hoje um negócio como outro qualquer.

J - Juventude. Que futuro?

K - Keynes. O New Deal foi nos anos 30. O governo prevê relançar o emprego mandando o pessoal trabalhar nas obras. A malta já foi ao chinês comprar um capacete. Tudo a postos...

L - Lisboa. Assim que puder piro-me daqui para fora. É linda mas para é visitar. Em Agosto.

M - Mundo. Aka Aldeia Global. Tornou-se real. Estamos contentes?

Monos. Nós. Todos.

Merda. Merda, já disse.

N - Não. Ainda seremos capazes?

Nada. "Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões. A única conclusão é morrer".

P - Precários. Há quem diga que somos todos. Mas alguns são mais que os outros. Admito, o projecto abrange também os outros.

Poder. Quem o tem abusa dele. Quem não o tem tem medo.

Q - Quero. Ser feliz, agora, porra!

Queijo. Ao preço que está qualquer dia sai mais barato comprar ouro puro.

R - Recessão. Diz que vem aí. Bolas, se ainda está para chegar, nem quero imaginar...

Recibos verdes. O mesmo que papel de embrulho de má qualidade. Instrumento de tortura caído em desuso.

Revolução. Já.

S - Salvem. Os ricos, coitadinhos...

Solidariedade. Hoje em dia, significa o mesmo que caridadezinha.

T - Tretas. O que já não engolimos mas continuam a pregar-nos.

Tangas. O mesmo que tretas.

Telhas. O que voou dos telhados e não tarda nada estamos a dar para mais esse peditório.

U - Urano. Ainda é planeta. Plutão é que não.

Ursos. Polares que hoje está frio. Panda na TV quando a miúda insiste e lá vem mais meia-hora de publicidade e eu a ter de gramar com ela a pedir-me tudo o que lá vê.

Úrsula. O que andamos todos a ganhar no estômago à força de nos lixarem as vidinhas.

V - Vida. Ai a minha vida!

Valor. Acrescentado, é tirado. O que o tem, já não sei. Quem os tem tenta mantê-los.

W - 4 tem o lead. Ou já teve, pelo menos.

Wikileaks. A pingar num computador perto de si.

Z - ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ se alguém chegou até aqui adormeceu pela certa mas já desabafei um cadichinho e estou pronta para mais uma leva a fazer de conta que trabalho.

10/06/2010

Fenómenos para-virtuais - uma posta interactiva

Estas modernices que provêm da nossa irreversível adesão/aderência à rede na gestão de todas as tarefas do quotidiano revelam facetas curiosas do bicho homem. E quem diz do bicho homem diz da bicha mulher que, convenhamos, quer se queira quer não, é uma bicha que contém as suas especificidades. Quis o destino que eu pertencesse a vários grupos de discussão na net e me mostrasse - sem contudo o revelar - mais um dos mistérios das idiosincrasias femininas(?) nesse revelador espelho do grande jogo de re[a]lações humanas que é o www.
É ele o fenómeno da gaja que é chata comó caralho cada vez que intervém na lista de discussão mas que é quase quase normal quando se lida com ela pessoalmente. O que me surpreende e me fascina é que no mesmo grupo de discussão se observe simultaneamente o fenómeno quase oposto da gaja que é estúpida comó caralho como pessoa mas que por email chega a parecer quase normal. Já deram com casos parecidos? Poderei classificá-los como perturbações de personalidade tipo bipolaridade intervirtual?

10/01/2010

Não é que este blog esteja desactivado

Mas cada suporte tem a sua onda, o seu ambiente, o seu contexto. E neste momento apetece-me mais andar por aqui. Os inúmeros e incontáveis (ainda resta algum? :-)) são bem vindos. Os outros também.

9/13/2010

É muito simples,

Calamity. É só pegares naquilo que dizes aos outros e aplicares a ti própria.

8/28/2010

eh pá, desculpem lá qualquer coisinha e tal...




... mas por que raios é que a malta tem de gramar com grandes planos dos vossos pés por tudo e por nada??? é algum tipo de fixação? vai durar muito tempo? foda-se, pé!

8/18/2010

Escrever-me

Toda a tarde escrevi. Escrevi e chorei. Preciso tanto!
De me escrever. De me contar. De me encontrar. Saber quem sou, onde estou. Lavar-me em lágrimas. Lavar a minha alma, a minha vida do que sou, do que fui. Para poder continuar. Para poder voltar a mim. Tornar-me em mim. Ser. Ser quem sou, quem serei, quem tenho de ser.
Toda a tarde escrevi. Escrevi e chorei. Preciso. Tanto!

Para que conste

Estou aqui.

8/04/2010

Enquanto preparava um salteado de legumes e cogumelos frescos para combinar com um fusilli al dente

É incrível como a cozinha tem a capacidade de nos transportar para outros mundos. Não sei se isto é de mim mas enquanto peguei nas cebolas, nos alhos e numa folha de louro, abri a porta do frigorífico e inspeccionei o que para lá havia, decidi num ápice a mistela que podia confeccionar, organizei a superfície do balcão de forma a ter espaço para dar livre curso ao fervor criativo-culinário do momento, coloquei os ingredientes em ordem estratégica assim como os instrumentos que lhe iriam dar forma e sentido, viajei para dimensões que não saberia definir por palavras do léxico mais usual. Como se os cheiros, as cores, o som do azeite a encalorar na frigideira despertassem sentidos para lá dos sentidos, recordações que não sabemos ter, sonhos perdidos desde a infância, desde antes do nascimento, coisas da memória ancestral. Como, quando em terras onde cresceu minha mãe percebi subitamente o sentido da existência, assim, de chofre, nas minhas mãos, no meu peito, nos meus braços, a ocupar o espaço todo, a encher-me de tudo o que sempre esteve ali sem se revelar, enorme, incomensuravelmente gigantesco. Grande de mais para que eu o pudesse suportar e no entanto tão simples. Tão perto, ao pé, à mão de semear, de colher. Uma planta de cheiro. Os cheiros, os sabores. O poder destes sentidos, o olfacto, o paladar, tidos como secundários face aos todo-poderosos reis - a vista, o ouvido, o toque - é tão subvalorizado, ignorado, desprezado. Mas são eles que nos transportam. Que nos conduzem onde não julgaríamos saber ir. Que nos transformam. O som, claro, o som. Mas o cheiro…

5/12/2010

Vou

dar cabo desta merda toda. Oh se vou. Ou eu não me chame Calamity Jane. Ou lá como é que eu me chamo.

5/11/2010

Medo...

CJ- Quatro dias! Quatro dias vai estar este tipo aqui...
Mini CJ - Aqui em casa?
CJ - Porra!..
CJunior - Valha-me Deus!

5/05/2010

Limpeza de primavera

Deitar fora o que não presta
Deitar fora o que está estragado
Deitar fora o que me faz mal
Deitar fora o que não me serve
Deitar fora o que ocupa espaço
Deitar fora todo o lixo e limpar, limpar, limpar!

4/20/2010

Hamlet sec. XXI

Contrariar a minha natureza. Dar por mim a pensar todos os meus gestos. A medir todas as minhas palavras. A calcular o impacto de toda e qualquer acção. Hesitar antes de tomar uma atitude. Pesar os prós e os contras e mesmo assim acabar por fazer exactamente o contrário. Arrepender-me do que fiz e do que deixei de fazer. Não ser eu. Não dizer o que penso. Pensar longamente antes de falar e acabar por meter os pés pelas mãos. Não dizer o que sinto. Dizer o que sinto mas da forma errada. Achar a cada passo que devia estar a ir para o outro lado. Voltar atrás e parar. Pensar: o melhor é estar quieta. Pensar: o que tem de ser tem muita força. Pensar: se não lutares pelo que queres ninguém to vai dar de bandeja. Pensar: se eu fizer isto então aquilo. Pensar: se eu não fizer aquilo então isto. Achar-me absurda. Achar-me. Perder-me. Perder-me de mim. Querer voltar a mim. Querer mudar. Querer ser outra. Querer-me de volta. A mim. Querer voltar a mim. Querer voltar a ser eu.

4/19/2010

Não digo que tivesse de ser linear


mas será que a minha vida não podia ser só um bocadinho mais normal???



imagem daqui

4/12/2010

O pó e as cinzas

Fomos fogo e chamas, brasa e dor, dor, dor sem fim.
Fomos luz e sombra, sol e noite, noite, noite sem fim.
Foste tudo e partiste, tinhas pressa de chegar sem saber para onde ias
Foste ouro e prata mas em pó te fizeste para em cinzas te sumires
Porque eras fogo e a ti próprio queimavas
Porque ardias em ti e a ti mesmo consumias
Mais forte que o amor, mais forte que a infância, mais forte que a inocência que a idade clamava
Foi o pó que em cinzas te levou mas até hoje te quedas nas brumas

(será que quiseste que, 15 anos depois voltasse a sentir toda a dor da perda? não sabes que a dor nunca morre? apenas flutua e muda de cara de quando em vez...)

1/21/2010

"Eu, que me comovo por tudo e por nada"

Há pessoas que parecem ter perdido - tê-la-ão tido alguma vez? - a capacidade de se emocionarem com as pequenas coisas. Que nada parece arrancar da sua complacência, da sua placidez. Da sua postura blasée. Indiferentes a tudo o que de trivial as rodeia. Não as entendo. E sobretudo, assustam-me.
Pois que seria de mim se não fosse o espanto e o assombro do quase nada? Como poderia eu viver sem essa maravilhosa ainda que traiçoeira dádiva de me comover perante as banalidades da existência? De vibrar com a visão de uma simples nuvem? De sorrir à conta de uma lágrima furtiva. De chorar pela sugestão apenas de um sorriso?
Arrepiar-me com uma lamechice qualquer. Encher-me de ternura e gratidão pelas cores do ocaso, destilar todos os humores do meu corpo pela intensidade de uma entrega. Amar sempre como se colhe uma flor. Sofrer com devoção. Dançar sob a chuva e ansiar na pele pela mordedura ácida do sol...
A Arte e a Natureza são o que nos aproxima do divino. São a certeza implacável de um desígnio grandioso e primordial. São elas a essência e a verdade. O único, secular e derradeiro sentido da vida.

1/18/2010

Promessas

Escrever todos os dias. Prometi a mim própria voltar a escrever todos os dias. Nem que seja só dez minutos, dez linhas, dez palavras. Nem que seja para não dizer nada. Nem que seja para reescrever depois. E desligar o facebook. Ou pelo menos não olhar para ele. Não bloquear a ver passar o comboio virtual. Pôr as minhas coisas em andamento. Pôr a minha vida nos carris.
O registo ficará aqui ou será manual, que a escrita à mão é insubstituível. Deveria obrigar-me a cumprir ambas, mas há que ser minimamente razoável e não exigir demasiado de mim própria de uma vez, sob pena de depois ficar zangada por não cumprir. Vamos por partes, não é?
Assuntos a tratar proximamente: viagem a Marrocos e biscate das aulas de conversação em língua francesa a psi. Duas facetas de uma mesma descoberta: Eu. A vida é infinitamente curiosa e cheia de surpresas. Pena o tempo ser tão escasso. Nem que viva mil anos...