O Manuel é jornalista. A Besta (que em tempos já foi bestial) também. Sonharam um dia mudar o mundo. Fazendo a sua parte. Dando o seu contributo, de palavras feito. Palavras que servissem para denunciar as injustiças. Para aproximar os povos. Para ajudar a erradicar a pobreza e a ignorância. Para estimular os sonhadores a levarem os sonhos a bom porto. Palavras que, no fundo, seriam uma declinação daqueles valores que tinham herdado dos seus pais, que, por sua vez os haviam sorvido das Luzes. Coisas que hoje parecem estranhamente destituídas de sentido: Liberdade, Igualdade, Fraternidade... Palavras que rimam mas talvez já não sejam verdade. O Manuel e a Besta ingressaram um dia na profissão. A pouco e pouco foram-se apercebendo que estavam cada vez mais isolados. Não que tenham deixado de sonhar. Mas muitas vezes sentem-se a falar sozinhos. A remar contra a maré. Como é duro ser um tarefeiro da palavra escrita, escrevendo a metro quando se tem a alma cheia de palavras outras, destituídas de valor-moeda!
O Manuel quer continuar a sonhar. Por isso abriu o Manuel do Jornalismo. A Besta (que em tempos já foi bestial) juntou-se-lhe. No tasco deles todos podem mandar o seu bitaite. No tasco deles não há lápis azul. E há sempre uma posta em branco por escrever. Para quem ainda sonha com um mundo diferente, em que o jornalismo seja, de facto uma profissão contra a indiferença e não, como nos andam a querer fazer acreditar, uma profissão amorfa e sentada.
4 comentários:
Novidades lá!!!!
Sem palavras!!!
Um beijo meu
Vou ler o manuel e a besta, então. Talvez aprenda lá qq coisinha ;)
E pelo outro abandonaste este...
Bjs
Nada disso, smas, ora vê lá as datas das postas mais recentes...
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